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Carlos Sperança

Nos tempos da Raquel + O contingenciamento + A hecatombe + Ramo funerário


Nos tempos da Raquel + O contingenciamento + A hecatombe + Ramo funerário - Gente de Opinião

Nos tempos da Raquel

Nas primeiras eleições gerais do estado de Rondônia (menos ao governo do estado) em 1982, Porto Velho elegeria uma vereadora destinada a fama, um verdadeiro furacão. Era Raquel Cândido, eleita pelo MDB de Jerônimo Santana e Múcio Athayde, que logo ganharia o estrelato. Mais votada a vereadora,  Raquel na eleição de 1986 seria eleita deputada federal pelo estado com atuação destacada em Brasília.

Encrenqueira e arruaceira, Raquel ganhou a ribalta política. Destemida, em suas pelejas acertava pontapés certeiros nos sacos de  políticos, juízes e promotores sem dó e piedade! Nascida em Guajará Mirim, mas com sua carreira desenvolvida em Porto Velho enfrentava a tudo e a todos. Na própria Câmara de Vereadores chegou a levar uma surra de um adversário, com um baita cruzado de direita. Igualmente na Câmara dos Deputados, depois de desaforos dirigidos a um colega de Rondônia, voltou a ser agredida. Naqueles idos, não tinha a Lei Maria da Penha!

Sua popularidade começou a decair ainda nos anos 90, quando num discurso na Câmara Federal declarou que até 90 por cento da população de Rondônia se envolvia direta ou indiretamente com o tráfico de drogas. Não chegava a tanto na época. Hoje em cada quarteirão da capital rondoniense existem um ou dois traficantes.

Parecida até profecia esta coisa do tráfico. Logo em seguida ruiu a chamada bancada do pó com a cassação de deputados rondonienses envolvidos com o narcotráfico. Rondônia, então, estava mais suja que poleiro e se sujaria ainda mais nos anos seguintes com casos escabrosos da Assembleia Legislativa.

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O contingenciamento

Para enfrentar o coronavirus, o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves lançou um pacote de bondades. Adiou a cobrança de tributos, inclusive do IPTU,  pagou o salário do funcionalismo antecipadamente em março, aplicou um contingenciamento de recursos de 35 por cento no orçamento da municipalidade para contar com mais dinheiro para enfrentar a pandemia. Mesmo assim garante que as obras de limpeza, cascalhamento, pavimentação continuam seguindo o cronograma  normal do início do ano.

Um modelo

A cada crise volta o sonho ainda incerto de um novo modelo de negócios para a Amazônia, necessário para separar o joio do trigo, evitando a confusão entre atividades legais e ilegais, ambas se escorando na tese de que trazem desenvolvimento. Dá-se o caso do miserável apanhado roubando um litro de leite e outro de cachaça. Justificou o leite pela urgência de levar o alimento ao filho doente. Difícil foi explicar a cachaça. Misturar as duas no mesmo pacote estimula a contravenção e o crime.

A hecatombe

Um novo modelo de negócios tranquilizará o mundo frente às necessidades de cuidados para conjurar a hecatombe ambiental e sanitária. É principalmente necessário para estender a mais brasileiros, sobretudo aos povos da região, os benefícios de uma exploração econômica racional, cuidadosa e sustentável. Essa necessidade só será preenchida, porém, quando se entender que não basta só lamentar o impacto destrutivo dos projetos ilegais de mineração, pecuária e extração de madeira e acusá-los de destruir a Amazônia e o planeta em 2030 ou 2050.

O veneno

Sem a forja de um modelo de negócios que renda mais, essas atividades bilionárias prosseguirão. O veneno da jararaca, já se viu, pode render tanto quanto a carne. Mas como uma andorinha só não faz verão, uma cobra só também não faz um novo modelo de negócios. É preciso ensinar aos ilegais como podem ganhar mais com atividades legais, porque medo de multa eles não têm.

Ramo funerário

Antes da pandemia, já se sabia que alguns segmentos da roda da economia estavam girando bem em Porto Velho, como hospitais, clinicas, pets, lojas de materiais de construção, supermercados, entre outras. E a julgar pela inauguração da moderna e suntuosa funerária Dom Bosco encravada na avenida Pinheiro Machado com Getúlio Vargas, o ramo  também está bombando. Ampliado e luxuoso, o estabelecimento exibe a musculatura do segmento na capital rondoniense. Coisa de morto!

Via Direta

*** Derrotados a Assembleia Legislativa nas eleições de 2018, os ex-deputados Só na Bença (Pimenta Bueno), Airton Gurgacz (Ji-Paraná)) e Hermínio Coelho (Porto Velho) já se movimentam para retornar ao pódio nas eleições de 2022 *** O ex-senador e ex-prefeito Ernandes Amorim é outro que agita as mídias sociais para ser lembrado nas eleições de 2022 na peleja de um cargo a Câmara dos Deputados *** A explicação sobre o caos da drenagem em Porto Velho: o sistema foi implantado há décadas atrás e o modelo está ultrapassado exigindo tubulação mais ampla para atender o escoamento das águas *** No que tange a esgoto a cobertura domiciliar atende menos de 5 por cento da população de Porto velho *** Mas constatou-se que em algumas regiões da cidade será necessária a implantação da macrodrenagem para atender as atuais necessidades da população sofrida. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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