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Carlos Sperança

Armas na Amazônia + Como fica bolsonarismo? + Planalto escolheu Marcos Rocha


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Armas na Amazônia

Ao seu estilo sempre polêmico, com declarações que produzem grande efeito midiático, o presidente Jair Bolsonaro atribuiu à “família brasileira” em armas função de defender a floresta, reforçando as Forças Armadas ao considerar que “o Brasil tem uma área muito cobiçada que é a Amazônica”.

Provavelmente as FFAA não querem milícias paramilitares na Amazônia. Ao contrário, particulares armados tendem a atuar criminosamente, como os invasores que chegaram encapuzados à Gleba Bacajá, no Pará, alegando eram da polícia e estavam ali para uma “reintegração de posse” desmentida pela Justiça. 

Mas é inevitável encarar a situação sem concluir que sem armas de combate o crime organizado continuará fazendo pouco das multas, que não paga, além de promover invasões impunes, queimadas insanas, desmatamento ilegal e constrangendo as comunidades ribeirinhas e indígenas.

Armas são de fato imprescindíveis. Por isso mesmo os secretários de Meio Ambiente dos Estados da Amazônia Legal se uniram para endurecer as medidas contra o desmatamento ilegal e incêndios florestais e no plano nacional o ministro da Justiça, Anderson Torres, determinou uma operação da Força Nacional de Segurança para garantir a proteção dos índios e populações tradicionais de Nova Olinda do Norte (AM) e região. As armas da lei precisam ser acionadas sempre que necessário.

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Como fica?

O bolsonarismo em Rondônia virou um balaio de gatos, lembrando o racha dos petistas no auge da era Lula, que deixou na mão o então prefeito Roberto Sobrinho – o grande nome do partido na época – na disputa pelo governo do Estado. O presidente Bolsonaro tem dois candidatos ao governo em Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) e Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) e dois candidatos ao Senado, Jayme Bagatolli (PL-Vilhena) e Mariana Carvalho (Progressistas –Porto Velho) e correndo por fora Jaqueline Cassol (PP-Rolim de Moura). Um canibalismo terrível.

Perde e ganha

Neste quadro, temos o governadoravel Marcos Rogério (PL) numa situação de perde e ganha. O seu apoio junto ao bolsonarismo está rachado ao meio no seu próprio partido, porque os apoiadores de Jayme Bagatolli não aceitam Marcos Rogério apoiando um candidato ao Senado de outro partido, no caso Expedito Junior (PSD). Podem até votar contra Marcos Rogério, mesmo que Bagatolli implore. Não bastasse, Rogério leva desvantagem no confronto com o governador Marcos Rocha (União Brasil) pelo apoio do presidente Bolsonaro em Rondônia. Existe quem acredite que Bolsonaro solicite a Marcos Rogério ficar fora da disputa em Rondônia para não abalar sua campanha no estado.

Os indícios

 A grande verdade, é que o Planalto escolheu o governador Marcos Rocha para apoiar em Rondônia, mesmo com a fidelidade canina do senador ao presidente. Vejam: M. Rogerio foi preterido na escolha a um ministério, foi deixado de lado na escolha da liderança do governo no Congresso e agora foi impedido de escolher seu próprio candidato ao Senado (ele queria Expedito), pelos Bolsonaros. O quadro era favorável ao parlamentar, já que Marcos Rogério é o único candidato do interior de Rondônia e é beneficiado pelo racha de tantos postulantes na capital, mas o representante liberal acabou se complicando no seio de sua própria legenda.

As incertas

Mas as incertezas não rondam apenas Marcos Rogério, também prejudicam outras candidaturas. O deputado federal Leo Moraes (Podemos-Porto Velho), outro postulante ao CPA não avança nos entendimentos para formar sua chapa majoritária.  E como obter o apoio do ex-governador Confúcio Moura, se seu padrinho político é Ivo Cassol? A procedência do seu vice está indefinida e Leo Moraes ainda não começou a botar o pé na estrada. Igualmente está repleta de indefinições a Frente Popular de Esquerda, de sustentação a candidatura de Lula. O candidato a governador está indefinido e ao Senado igualmente. De vice existe a unanimidade em torno de Anselmo de Jesus (Ji-Paraná).

O gatomortismo

As lideranças políticas do interior acreditam que o ex-governador e ex-senador Valdir Raupp (MDB-Rolim de Moura) acabará sendo o candidato ao Senado do partido na eleição 2022, em detrimento do ex-ministro Amir Lando (Porto Velho). Todos acham que Raupp está se fazendo de gato morto, aquela do cara que se faz de morto para comer o coveiro. Como medida preventiva, Lando que andava tão entusiasmado com a campanha reduziu o ritmo aguardando as convenções de agosto, quando haverá uma definição a respeito das formações de chapas. E mais: nos círculos políticos acredita-se que Raupp entrando nas paradas se torna o favorito da temporada para a cadeira ao Senado. Problemas a vista para Mariana, Expedito e Bagatolli...

 

Via Direta

*** Com o quadro nacional sujeito a modificações depois da desistência do ex-governador de São Paulo João Dória, O PSDB caminha para uma aliança com o MDB ou de ressuscitar o nome de Eduardo Leite *** A Rondônia Rural Show bombando em Ji-Paraná. O Senado prestigiando com uma sessão especial tratando da regularização fundiária em Rondônia sob a liderança do senador Acir Gurgacz, presidente da Comissão da Agricultura *** Se forem confirmadas as candidaturas ao governo estadual de Vinicius Miguel (PSB) e Daniel Pereira (Solidariedade), os dois se arrebentam entre si e ainda vão causar sérios prejuízos ao representante mais viável da capital, que é o deputado federal  Leo Moraes (Podemos) *** É uma insanidade tantas postulações ao CPA de Porto Velho, já que o próprio governador Marcos Rocha (União Brasil) também tem domicilio eleitoral na capital.  

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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