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Crônica

Uma declaração ao vento


Uma declaração ao vento  - Gente de Opinião

Abri as janelas do meu coração e deixei o vento entrar. É inverno em solo cearense e, vez ou outra, tem-se um vento frio ao amanhecer. E o vento? Eu amo o vento, fechar os olhos e sentir seu toque, às vezes fortes, outras ameno. E me inspiro em minhas  gatas que fecham seus olhinhos e farejam o vento passando com cheiros que só elas percebem. Me encanto. E encantada com elas e com o vento eu me despi das roupas   aparentes para também me despir de mim. Abri os braços e expandi o tórax e chamei o vento para me visitar. Faxina meu ser vento forte!!! Passa pelo meu coração, arranca dele as dores da alma que só eu sei quais são, retira as raízes da mágoa e do rancor, abre espaço para cultivar um jardim de AMOR. E o vento foi indo atravessando minhas artérias até chegar aos pés. E vi sair deles um feixe de luz dourada que penetrou a terra mãe e brotou uma flor!! Que encantamento é esse? Eu vi a terra sorrir para mim! Vi a mãe Gaia com braços verdes como as folhas das árvores e vi os rios, as matas e cachoeiras e sorri vendo macacos pulando nos galhos das árvores e passarinhos encantando o tempo. E o vento? Ah!!! O vento é meu querer!!! Voltei para mim. E pensei que meu corpo era a própria terra. Que minha porção espiritual era o vento, o sol, a lua, as estrelas do firmamento, a chuva que cai, o mar, o infinito em mim em tantas andanças pelo tempo. Me vi abrindo o peito e pegando o meu coração. Eu o beijei, fiz a ele uma reverência de gratidão por pulsar e me permitir à vida. Um vento forte arrebatou o coração das minhas mãos e o vi flutuar no espaço e se transformar em uma imensa luz esmeralda que retornou à mim. Meu corpo estremeceu e uma infinita serenidade me invadiu a mente e a alma. Eu sou o vento!! Eu vivo nele e com ele e ele habita em mim.

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