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Crônica

Quanto Custa a Democracia?


Quanto Custa a Democracia? - Gente de Opinião

Há alguns dias, durante as comemorações pelos cem anos do PCC (1º/Jul/2021), o ex-presidente Lula concedeu uma entrevista ao jornal chinês Guancha, rasgando elogios ao Partido Comunista Chinês, por ser um partido forte, responsável pela força do governo e desenvolvimento do país. Segundo Lula, o modelo econômico da China deveria servir de exemplo aos demais países e garantiu que sonha com uma parceria estratégica com a China, com relações mais estreitas do que as que ele teve, no passado, com Hu Jintao. A entrevista é clara e merece ser lida pelos eleitores brasileiros, carentes de parâmetros entre os extremos. Sai pra lá, vermelhão!

Pelo que consta na constituição chinesa, o poder Legislativo é representado pelo Congresso Nacional do Povo, considerado a mais alta organização dentro da estrutura de poder do Estado; o Executivo é o Conselho de Estado e ainda há um Judiciário independente. Na prática, o Congresso Nacional do Povo se reúne apenas uma vez por ano, o Conselho de Estado é o órgão mais atuante e o tal Judiciário independente tem pouca ou quase nenhuma autonomia. O Partido Comunista Chinês, que nem está mencionado na Constituição é, de fato, o mais importante órgão na estrutura do poder, é quem toma as principais decisões de governo, quem elege os membros dos comitês e o Presidente da República, os membros do Comitê Central, da Comissão Central de Inspeção Disciplinar, o Secretário Geral, os membros do Politburo e do Secretariado. O PCC é decisivo em tudo que estiver relacionado com o governo. Governa com mão de ferro.

A China, por exemplo, é um dos maiores poluidores do mundo, mas lá eles não precisam de licença ambiental para instalar um negócio, ou construir uma obra estrutural, além de não tolerarem divergências sobre o que quer que seja. Lá não existe imprensa isenta (nem aqui). Se o Brasil adotasse metade do rigor chinês, corruptos, presidentes de sindicatos e presidentes de ongs seriam fuzilados sem apelação, assim como Lula e toda a sua trupe petista. Na China, não existe espaço pra esse tipo de gente, corrupta. Lembram do que eles fizeram recentemente com a população de Hong Kong, colonizada pelos ingleses e sonhando com a continuidade do regime democrático? Prenderam os líderes, costuraram a mente de todos e colocaram um simbólico cadeado na opinião pública, com sérias restrições aos que quisessem sonhar com liberdade. Bye bye, democracia!

Nesta mesma entrevista Lula declarou: “Estive em Xangai e Pequim. Pode-se dizer que o progresso do povo chinês nas últimas duas décadas foi de tirar o fôlego. E isso pôde ser alcançado por causa da organização política da China, por sua forte competitividade, cultura, grande quantidade de investimento e conhecimento científico e tecnológico.” Meu caro Lula, se tivéssemos a mesma organização política da China, a mesma cultura, com certeza não teríamos corrupção endêmica, não teríamos o legislativo e o judiciário mais caros do mundo, nem sindicatos atrapalhando as relações trabalhistas, nem ongs corruptas, nem gente da sua laia, ainda viva, para fazer comparações absurdas, quando se sabe que foi você e sua trupe de malabaristas financeiros que dilapidaram as empresas estatais, como a Petrobras, abusaram do BNDES, do Banco do Brasil, Caixa Econômica e se aliaram a empresas como a Odebrecht, para inflacionar o custo das obras estruturais do país. Ainda assim, somos competitivos, exportamos tecnologia e conhecimento científico e somos os maiores produtores de alimentos do mundo. Infelizmente a memória do eleitor brasileiro é fraca e muita gente gosta do sadismo esquerdista.

O Brasil não progride mais, porque temos a cultura da licença pra tudo, o que facilita a propina e a corrupção, acobertada pelo próprio STF que solta corruptos de todos os naipes, como se dissesse ao mundo aqui o crime compensa. Na China, sequer existe algo parecido com o STF. Legislativo, com Senado e Câmara cheios de mimimi, só no Brasil, esta pátria/mãe do funcionalismo, em todas as áreas. CPI na China, meu caro petista? só se fosse pra selecionar os senadores que iriam para o paredão, pelos crimes de corrupção, cometidos ao longo de mais de trinta nos de democracia. Se o incorruptível ministro da estrutura, Tarciso Gomes de Freitas, tivesse um pouquinho mais de apoio na administração de verbas públicas, sem tantas exigências socioambientais estúpidas, este país teria portos e aeroportos de qualidade, e seria cortado, de norte a sul, de leste a oeste, por ferrovias e rodovias de alto padrão, diminuindo o custo Brasil e atraindo investimentos estrangeiros de toda ordem. Aqui, até pra se dá um peido tem que se pedir licença ambiental.

A importante BR 319 que já ligou Manaus, por terra, ao Sul do Brasil, está com o funcionamento desautorizado pelos ambientalistas, e é um exemplo de descaso para com o progresso do Brasil. Ah, se fosse na China! ela já teria sido novamente pavimentada, seria autopista, autorizada para veículos pequenos e pesados. A China é um país com o sistema econômico controlado pelo sistema político, conhecido como "socialismo de mercado" ou “economia mista”, tal sistema jamais daria certo no Brasil, mas agrada às multinacionais, que vão em busca de baixíssimos salários, lucros exorbitantes e controle severo da economia, sem interferências legislativas, judiciárias ou midiáticas. A exploração do homem pelo homem é um exemplo da economia chinesa.

Para nosotros, a inclinação do ser humano para a injustiça torna a democracia necessária, porém com ajustes temporários, compatíveis com cada país. Resta ao povo fazer a sua parte: ir às ruas por uma Constituição Federal, condizente com a nova realidade, como foi feito no Chile. Do contrário, só pela força sairemos dessa arapuca em que nos meteram, pagando a Democracia com o desemprego, a fome e o alto custo da máquina político/administrativa. Tais aberrações sociais, com ajuda do vermelho corona, são um prato cheio aos esquerdistas de plantão. Libertas Quae Sera Tamen.

Necessitamos urgente de uma análise mais acurada sobre a nossa Democracia Representativa, sem esquecer que o ódio e a paixão política são parentes em primeiro grau. Precisamos parar de acreditar ingenuamente que a democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo, pois vivemos num presidencialismo de coalizão, onde o executivo depende do apoio de vários partidos, ou seja, o presidente tem duas agendas, uma alinhada à ideologia anticorrupção e outra resultante da negociação com as ideias de outros partidos, compatíveis com a corrupção. Para governar, o presidente eleito precisa do apoio de deputados, senadores e “ministros do STF”. No nosso caso é a segunda agenda que está sendo colocada em prática, por meio de distribuição de cargos em Ministérios, favores, barganhas e grana viva, contaminando as intenções do executivo, a um custo inimaginável. Entre tapas e beijos, entre dólares e euros, a esquerda, a direita e o centrão, vão controlando a dieta do pobre, inocente e compenetrado eleitor brasileiro. Nossa Bastilha está invertida!

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