Segunda-feira, 11 de outubro de 2021 - 15h00
Não se trata de
uma atitude alarmista, mas já há algum tempo venho escrevendo sobre o
emburrecimento da juventude, parece que o excesso de informações via internet,
além da substituição da memória e do raciocínio humanos, pelo Google e demais
vertentes da Inteligência Artificial (IA)., estão provocando um verdadeiro
retrocesso nas mentes humanas, isso sem contar a substituição de livros por
podcasts. A Veja desta semana (6/10) trouxe na capa uma imagem de humanos em
evolução, seguidos de outro em involução, alardeando a manchete: O avanço da estupidez. É verdade que
nunca na história da humanidade houve um declínio tão marcante, nas habilidades
cognitivas.
Ninguém é
bronco a ponto de condenar a evolução tecnológica, o que se condena é o
excesso, parece que estamos viciando o nosso cérebro, a ponto de nos tornarmos,
num futuro não muito distante, num ser híbrido (metade humano, metade máquina),
basta observar a importância e o tempo gasto pelas crianças diante dos
celulares, tablets, etc. etc. Com a Pandemia esse tempo mais que dobrou. O
caminho para a Inteligência Artificial (IA) está se alargando.
A matéria da
Veja está escorada em vários cientistas, entre eles o francês Michel Desmurget,
autor do livro A Fábrica de Cretinos Digitais, já
lançado no Brasil. O neurocientista referido, diretor de pesquisa do Instituto
Nacional de Saúde da França, nos apresenta em sua obra a síntese de vários
estudos que confirmaram os perigos reais das telas no desenvolvimento cerebral
e nos alerta para as graves consequências, se continuarmos a promover, sem
senso crítico, o uso dessas tecnologias.
A gente sabe
que o cérebro se exercita, daí porque precisa de estímulos e a ciência já
listou vários caminhos para afiar a capacidade intelectual, entre eles, se
exercitar fisicamente, praticar algum tipo de arte, optar pela escolha mais
difícil, cultivar boas relações, etc. Deixei para o fim aquela que para mim é a
melhor recomendação: devorar livros.
Os romances, a história narrada a partir da criatividade do escritor, ainda que
água com açúcar, são os melhores. Pergunte a um jovem conhecido quantos livros
ele leu em 2020/21 durante a quarentena obrigatória. As respostas são
constrangedoras e preocupantes.
O nível de
leitura das crianças, adolescentes, jovens e adultos vem caindo
assustadoramente, principalmente se o livro é de ficção. Na minha juventude, estou
com 73 anos, a gente lia muito mais, os professores recomendavam a leitura de
livros conforme a idade e o nível de instrução. Entre os colegas havia o
costume de se trocar livros e o de se comentar a leitura. Lembro de uma revista
chamada Seleções que trazia o resumo de vários romances de autores americanos e
europeus. A gente lia tudo e buscava o texto completo daquele que mais nos
havia atraído. Era comum testes para se detectar o Q.I., hoje está mais fácil
medir o Q.B.
A leitura
ficcional diverte e multiplica o poder imaginativo do jovem, é mais forte do
que assistir um filme baseado numa obra qualquer. O livro dá a chance de se
parar para pensar, acariciar e cheirar as páginas, além de opinar intimamente
sobre o assunto que está sendo lido. Na minha infância, as professoras repetiam
diuturnamente: quem não lê, mal fala,
mau ouve, mal vê, mal escreve. Lendo você acabará tendo a certeza que você é do
tamanho dos seus sonhos.
Mesmo
contestado, todas as vezes que me deparo com estudos, como esse do Michel
Desmurget, aumento minha certeza de que a revolução tecnológica, no futuro,
será democratizada, não sem dor, mas sem volta. A evolução da IA é a revolução
da própria inteligência humana, é a oportunidade que temos de acabar com a
estupidez, que nos deu inúmeras guerras, duas mundiais, uma com utilização de
bombas atômicas, além de organizações como Talibam, Al-Quaeda e gente que
promove o distanciamento social no Planeta e nega o avanço da ciência, como a
recusa pelas vacinas. O comportamento humano com o meio ambiente, por exemplo,
só aumenta a necessidade de soluções advindas da IA.
Neste século, o
impacto da inteligência artificial (IA) para as próximas décadas será tão
grande quanto foram a eletricidade, o motor a combustão, o microprocessador e a
internet para o século 20. Fica difícil imaginar como a robótica evoluirá e até
onde poderemos chegar??? Eu acredito em criação artificial independente, ou
seja, a própria IA construindo a IA, para o bem do que restar da humanidade
híbrida.
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