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A crise do coronavírus coloca a economia e os negócios em xeque


A crise do coronavírus coloca a economia e os negócios em xeque  - Gente de Opinião

As modificações que estão ocorrendo e ainda vão ocorrer no comércio com a crise do coronavírus são muitas. Em primeiro lugar por causa da questão do isolamento. Como muitas pessoas foram obrigadas a trabalhar em home office, nós teremos, claramente, um deslocamento do mundo do trabalho para as casas. Muitas empresas observaram que é melhor, e mais barato, do que ter uma enorme concentração de pessoas em seus escritórios ser mais flexível com horários e deixar seus funcionários em casa. Alguns empresários, que mediram a produtividade, chegaram à conclusão que seus custos diminuíram e sua produtividade aumentou. Inclusive, em alguns casos, tiveram respostas rápidas fora do horário do expediente normal, e até nos finais de semana, graças à pandemia. Em segundo lugar, com certeza, uma tendência que já estava em franco crescimento, a do trabalho por conta própria e informal, deve crescer ainda mais, de vez que, do pessoal que está sendo demitido, se estima que somente cerca de 70%, e mesmo assim em um ou dois anos, serão readmitidos. Em terceiro lugar, como as lojas físicas ficaram fechadas, então, muitos que não utilizavam as vendas por sites ou por mídias sociais tiveram que se adaptar e, de forma célere, para ter renda, passar a atender por novos canais de vendas. Uma comprovação disto é o fato de que um relatório da Global Web Index  revelou que 95% dos consumidores estão mais tempo online. Via de consequência, foi inevitável o crescimento das compras pela internet. Segundo a Compre & Confie, o faturamento do E-commerce cresceu 28% nos meses de fevereiro e março em comparação com o mesmo período de 2019. É claro que nem todos os setores registram crescimento. Afinal como grande parte das pessoas foram afetadas pela queda de seus rendimentos o que se viu crescer mesmo foi a procura por bens de consumo rápido, o que representa uma grande mudança nos hábitos do consumidor brasileiro, que antes era mais focado em bens duráveis (moda e acessórios, eletrônicos e artigos para casa, por exemplo). Porém, vejamos os casos dos restaurantes. Mesmo perdendo muita receita não tiveram outro jeito que não partir para as vendas de entrega a domicilio. É bem possível que esta seja uma prática que vá perdurar em muitos negócios. Ainda mais que, como as tributações são diferenciadas, os preços dos produtos na internet acabam sendo, por causa dos custos menores, bem mais acessíveis. O consumidor, depois que aprende a usar a internet, se assusta com os preços praticados nas lojas físicas. Descobre que o preço da internet é bem mais barato do que nas lojas físicas e, por mais que se explique, que a carga tributária aplicada aqui em Rondônia é muito alta, não se conforma com a diferença dos preços. Isto nos coloca o problema de ter que reinventar o nosso negócio. Por outro lado, precisamos que o estado faça a sua parte. Precisa entender que tem que diminuir o tamanho dele; que precisamos de um estado mais enxuto, um estado menos voraz na arrecadação. Esta crise também coloca em xeque o sistema de impostos, a burocracia e a sobrevivência de nossas empresas e de nossa economia. É preciso repensar o comércio e não será apenas com as campanhas de compre o que é nosso que iremos superar os problemas de competitividade. 

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