Quarta-feira, 10 de setembro de 2025 - 14h09
O
recente aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos sobre uma série de
produtos importados, o chamado “tarifaço”, teve como objetivo proteger setores
estratégicos da economia norte-americana.
Essa
medida não teve como objetivo beneficiar produtores estrangeiros ou facilitar
as importações. Pelo contrário: ao tornar mais caro o produto que chega de
fora, o governo americano cria um escudo para que suas indústrias tenham espaço
para crescer, inovar e competir em condições mais equilibradas.
Essa
lógica é compartilhada por diversas nações que adotam instrumentos para
defender seus interesses estratégicos, seja por meio de tarifas, subsídios,
exigências de conteúdo local ou políticas de compras governamentais voltadas ao
mercado interno.
O
contraste com o Brasil é evidente e preocupante. Aqui, mesmo quando empresas
nacionais oferecem produtos de alta qualidade, certificados segundo padrões
internacionais e com preços muito mais competitivos, ainda assim acabam
preteridas em favor de fornecedores estrangeiros. Não se trata apenas de perder
contratos e sim de abrir mão de empregos, tecnologia, arrecadação tributária e
autonomia industrial.
Há
exemplos que deixam essa incoerência nítida: produtos fabricados no Brasil com
rigorosos padrões de qualidade, inclusive compatíveis com certificações
exigidas na Europa e nos Estados Unidos, chegam ao mercado nacional por valores
muito inferiores aos importados.
Ainda
assim, grandes companhias e até órgãos públicos optam por comprar de fora,
pagando múltiplas vezes mais pelo mesmo desempenho. É como se houvesse uma
crença enraizada de que o que vem do exterior é automaticamente melhor, quando,
na realidade, muitas vezes ocorre o contrário.
Enquanto
outros países estruturam políticas para estimular a indústria doméstica, o
Brasil insiste em abrir mão de instrumentos que poderiam equilibrar a
competição. Isso passa por priorizar empresas nacionais nas compras públicas,
oferecer linhas de crédito e incentivos fiscais para reduzir custos,
estabelecer exigências de conteúdo local em setores estratégicos e promover
campanhas institucionais que valorizem o “fabricado no Brasil”.
Proteger
e fortalecer a indústria brasileira não é protecionismo cego, é inteligência
econômica e soberania. Quando importamos produtos que poderíamos fabricar
internamente com igual ou maior qualidade, exportamos não apenas recursos
financeiros, mas também conhecimento, inovação e oportunidades.
O tarifaço americano
é um lembrete de que, no comércio internacional, cada nação joga para ganhar.
Se o Brasil continuar a assistir passivamente à erosão de sua base produtiva,
sem adotar políticas consistentes de valorização da indústria nacional,
perderemos competitividade, empregos e relevância econômica. O momento exige
abandonar a visão ingênua de “mercado aberto a qualquer custo” e adotar a mesma
assertividade que outras potências já demonstram há décadas.
*J.A.Puppio
é engenheiro, empresário e autor do livro “Impossível é o que não se tentou”
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