Quarta-feira, 5 de junho de 2013 - 17h11
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Caixinha projetada por cientistas do Inpa custa R$ 30 |
MONTEZUMA CRUZ
De Manaus (AM)
O projeto de sucesso é amazônico, mas dá certo em qualquer lugar, desde que tenha apoio técnico. Falamos da abelha jataí, aquela pequenininha que demora tempos para produzir um litro de mel, bem diferente da abelha europeia.
Se souber esperar pela produção e cuidar bem do apiário, o criador de abelhas sem ferrão conseguirá vender o litro do produto a R$ 50. Amazônias conheceu em Iranduba, município vizinho a Manaus (AM),experiências bem sucedidas, apoiadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
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Ivanildo Santos começou com duas caixas, hoje tem 84 |
Nos três hectares do sítio Coqueiro Verde, a 20 km da cidade, o amazonense Ivanildo Lima Alves dos Santos cultiva abacaxi, açaí, coco e cupuaçu. Incentivado, começou a criar abelhas sem ferrão (atrofiado, sem cápsula de veneno), seis anos atrás. Tem freguesia certa, porta a porta.
A região tem duzentas caixas de madeira no modelo projetado pelo Inpa. A criação não éa atividade número um, porém, jáse destaca. “Neste lugar, antigamente derrubavam árvores centenárias, e as abelhas morriam. Hoje, elas encontram ambiente bom para polinização e me ajudam no orçamento familiar”, diz Santos. Dependendo da florada –rica, por causa de laranjas e mexericas –, ele consegue 40 litros de mel, de julho a dezembro. Houve ano em que colheu 40 litros. Nos cuidados com o solo, ele faz compostagem para corrigir acidez . “Não toco fogo e não uso veneno, porque isso mata os nutrientes”.
A visita ao sítio foi organizada pela Fundação Banco do Brasil, durante o 7ºEncontro de Jornalistas, no qual a instituição mostra o avanço de tecnologias sociais em diversas regiões do País.
Essas abelhas produzem menos que as europeias, porém, apresentam nutrientes superiores, explica o presidente da Associação dos Criadores de Abelha Sem Ferrão de Manaus, Sérgio Souza. “Infelizmente, existe apoio para a apis europeia, e não para a nossa, e a gente precisa reproduzir e perpetuar a espécie”, queixa-se.
Santos e outros criadores investem atéR$ 300 no enxame completo, instalando-o em pequenas caixas de madeira. Cada unidade sai por R$ 30. Antes com formato horizontal, hoje quadrado, nessa caixa as abelhas produzem mel, retirado higienicamente com bomba esterilizada.
As caixas têm quatro furos para respiração, fácil encaixe e manuseio em ninhos, sobreninhos e melgueira, que constituem cinco módulos. Santos começou com apenas duas caixas, agora tem 84. Sebrae e Inpa estudam agora quais flores e frutas tropicais servem para abelhas na Comunidade Brasileirinho, no entorno de Manaus. Bahia, Paranáe Rio de Janeiro começam a desenvolver essa tecnologia.
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CARACTERÍSTICAS DA
“ABELHA INDÍGENA”
• Também conhecida por abelha indígena, jata e abelhinha sem ferão, seu nome científico Tetragonistica angustula. Meliponídeos (abelhas sem ferrão) têm grande impotrância no ecossistema brasileiro. São os principais responsáveis pela polinização da grande maioria das espécies vegetais no País.
• Jataí é das espécies mais adaptáveis em relação ao local do ninho. Pode viver nas grandes e pequenas cidades, florestas virgens, capoeiras, cerrados, ocos de árvores e paredões de pedra. Adoçando a vida é o nome do projeto coordenado no Inpa pela cientista Gislene Almeida, com o o objetivo de instalar com técnicas adequadas a meliponicultura como atividade de agricultura familiar em comunidades rurais da Amazônia.
•• A ideia básica é contribuir para a qualidade da produção e diversificação de atividades econômicas na área rural, e oferecer complemento alimentar e enriquecimento da dieta das pessoas”. ela explica.
E-mail de Gislene: gislene@inpa.gov.br
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