Sábado, 18 de outubro de 2025 - 08h05
Todo dia, a série absurda segue da hora do
acordar ao dormir, as tarefas que se repetem, quase todas obrigatoriamente, por
você, ou por quem ou por aquilo que depende do seu comando. As físicas, e as
que temos de renovar mentalmente, inclusive, entre elas, a de tentar não se
aborrecer nem com a rotina, nem com ninguém, nada.
Não é de se admirar que a cada dia a gente saiba de mais
pessoas de alguma forma doentes, com diagnósticos diferentes, inclusive da
saúde mental. Nós, mulheres, ainda mais, pela tendência que chamo de absorção
que temos de tentar cuidar de tudo, abraçar o mundo.
Cada qual com seus problemas! Não é reclamação, mas
constatação, e vinda de alguém que, embora já tenha passado por períodos
terríveis e inesquecíveis, como cuidados especiais com mãe e pai, hoje até está
menos sobrecarregada. Por experiência própria, à esta altura da vida, no
entanto, o tema está aí para ser citado. A batalha pela sobrevivência, sanidade
e até busca para crônicas que apontem justamente para o cotidiano. Especialmente
em épocas de tentar fugir um pouco das mazelas de nosso país, dessa coisa
externa, mas que tanto nos afeta a todos, como tantas sobre as quais não temos
controle.
Que sono. Por aqui, solteira sem filhos, tem a gatinha que
acorda no meio da madrugada cheia de energia e carências e que quase canta uma
ópera de miaus, isso quando não resolve agir com leves patadinhas de garras
afiadas. Bonitinha, depois dorme. Quem tem bichinho sempre tem muito a contar;
daí tantos cartuns divertidos que retratam essa convivência afetiva, mas que ao
menos alivia, dá tantas alegrias e distrações.
A profissão de jornalista e a atividade requer uma espécie
de plantão 24 horas - o que impede de desligar o celular, ou ao menos se
desligar dele direto, depende sempre daquela olhadinha nem que seja de soslaio.
Nos finais de semana, pró-saúde, afastada das telas, e também de redes sociais
que são porta de esgotamento. Recomendo. Sem férias há décadas, isso tem um
peso, mas o melhor é não sofrer: o que não dá para fazer, não dá, e pronto.
Manter o bom humor, procurar ver coisas bonitas por aí, relaxar.
Tudo cansa, até para se sentir bem. Alguma atividade
física, sempre na lista – quem não tem um dia no qual a cama parece ser o lugar
bem melhor do mundo do que a academia, por exemplo? E é regra chovendo para
tudo quanto é lado: fazer isso, aquilo, comer bem, se equilibrar no peso. Tudo
isso requer uma ação, um tempo. Sorria.
As contas chegam de todos os lados e é preciso conferi-las
atentamente porque sempre trazem surpresas, inclusive as questionáveis que
levam horas para serem resolvidas com operadoras que adoram incluir
extraordinários apêndices do nada. Ponta do lápis. E a procura por preços mais
baixos, descontos, direitos.
Ah, o convívio social. A gente pensa em tudo que fica
devendo de atenção aos amigos, e como perde a paciência muitas vezes até em
ouvir e também de ser pouco escutada. Saber de conflitos em grupos que
acompanha, e até onde mora.
Não descrevo, creio, nada que você aí não sinta, embora
cada um de nós tenhamos nossas rotinas, duras ou não, a consciência sobre elas,
creio, ajuda a buscar alguns pequenos prazeres que as aliviem, para que, no
mínimo, não se transformem em males que nos tirem do combate. Ultimamente tenho
sabido de muita gente indo à lona. Daí o alerta. Fica a dica. Parar para
pensar.
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MARLI GONÇALVES – Jornalista, cronista, consultora de
comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano - Bom
para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na
Amazon). Vive em São Paulo. marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br
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