Sábado, 22 de novembro de 2025 - 08h02

Cuidado, a pista parece escorregadia. Se parar
para pensar estamos sempre de carona e nas mãos de alguma direção perigosa, e
em todos os sentidos, o que pode nos atingir diretamente e prejudicar muito.
Das decisões mundiais até aquelas bem pertinho da gente, e não estou falando só
de velocidade, mas também de lerdeza, irresponsabilidade ou ilegalidade nas
decisões dos que comandam algo que de alguma forma nos diz respeito.
Primeiro, vamos ao mundo, repleto de países com dirigentes
que todos os dias nos acordam perplexos com as decisões que tomam, sejam
medidas de guerra, atacando, ameaçando outros, invadindo territórios e pistas
que não são suas, buscando a submissão. Seja na economia, como as medidas e
tarifas, inclusive como as que agora nos afetam e que vêm sendo resolvidas em
baixa velocidade. Os Estados Unidos de Trump é atualmente campeão de
ultrapassagem de limites, seguido de perto por muitos outros que atropelam a história
e as promessas de que barbáries e genocídios não mais ocorreriam.
Vivemos agora mesmo a ansiedade por decisões fundamentais
que deveriam ser expressas nos documentos finais da COP30 e que aparentam mais
uma vez não serão decisivas para ao menos conter o veloz caminho do aquecimento
global, das emergências climáticas, abismo para o qual nos dirigimos na
neblina, visão turva do caminho para o futuro e os desastres que já assistimos
ou somos vítimas. Cada uma delas – por mais promissoras que seja - dependerá
sempre de quem está ou estará no comando, com o volante posto à esquerda ou à
direita, essa cada vez mais instalada nos assentos do poder, negando tudo.
Ainda precisaremos de muito tempo para mudarmos a fonte das energias que os
movem e para além do negro petróleo que esperam continue jorrando.
Somos também reféns da direção de instituições, sejam
públicas ou privadas, as quais confiamos nossos bens e recursos, como bancos,
por exemplo. A quebradeira advinda e revelada em detalhes do Banco Master e sua
direção desarvorada, com os pilotos presos essa semana e que descobrimos nunca
terem tido qualquer habilitação para tal, deixará muita gente caída na estrada
e por muito tempo sem assistência, inclusive previdenciária; servidores
públicos só descobriram agora onde suas contribuições estavam empregadas. A
fila desses desarvorados é grande: Correios, INSS, Congresso. Os radares nunca
os atingem, estranhamente.
As informações de como os acidentes são cronometrados sem
serem parados para a fiscalização, o luxo exposto, as tramoias, a cegueira da
Justiça, a corrupção deslavada, os conluios com o poder liberando as faixas e a
contramão, as ultrapassagens de qualquer limite, chegam só depois que tudo
capota. Tarde demais.
Não se conta com GPS, Waze, Google maps. São outros
comandos que nos levam aos buracos e solavancos. Além da Prefeitura que impera
onde mora: na empresa, no departamento, nas operadoras de comunicação, nos
serviços. Aliás, até no prédio onde mora de vez em quando é preciso trocar o
“motorista”, o síndico. Nessa carona da vida que sempre precisamos pegar, como
veem, embora às vezes sem qualquer noção, encontramos a direção perigosa e
muito além dos aplicativos de transporte ou dos embriagados. Tudo precisa
renovar a carteira de habilitação de tempos em tempos. Seja com testes práticos
ou teóricos; seja por meio de votos, de nossa escolha. Mas precisa participar
com atenção na hora de decidir a quem entregar quando chamado a opinar.
Aproveitar, já que infelizmente isso nem sempre acontece, e quando vê já é
perda total, tarde demais, desgovernados. Literalmente.
______________________________
MARLI GONÇALVES – Jornalista, cronista, consultora de
comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano - Bom
para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na
Amazon). Vive em São Paulo. marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br
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