Sábado, 28 de junho de 2025 - 08h05
Tô ficando quase maluca com a verificação se uma
observação que ouvi de um amigo é mesmo verdade: a maioria dos gays está usando
barba e bigode, ou só um ou só o outro. Importância? Nenhuma. Mas é a mania de
ficar contando coisas nas ruas.
O amigo querido que encontrei em um evento LGBT me
conta que tem uma mania interessante, mas ainda não cheguei nisso. Ele faz
estatísticas de observação de coisas. Observa cem casos e faz o cálculo; se me
lembro bem, neste da barba e bigode no público gay masculino, apenas 12 %
escapavam, segundo ele. Mas a coisa só piora, porque não faço estatística, mas
agora reparo que é mais geral: a grande maioria dos homens, todas as opções,
idades, carecas ou não, estão nessa. Ou barba. Ou bigode. Ou ambos. A costeleta
também está em alta. Tudo bem aparadinho. Como disse, não tem a menor
importância, a não ser contar também o número de barbearias em todos os cantos,
mas é mesmo uma loucura quando a gente encasqueta com alguma coisa.
Você tem alguma mania dessas? Por exemplo, meu
irmão adora formar palavras com essas novas placas “hieróglifos” Mercosul,
cheias de letras e números quase irreconhecíveis, principalmente o zero e a
letra 0 (é o 0 ou o Ø cortado?). Sai cada uma! Essa placa nos tirou a
possibilidade de uma outra distração, possível só em carros mais, digamos,
idosos, e que era a de ver pelas placas de onde vinha o carro, que cidade, qual
Estado, e que a gente achava lugares e nomes incríveis – agora tudo é uma massa
só, Brasil. É, o trânsito de São Paulo cada vez pior, parado, possibilita essas
certas manias para passar o tempo nos engarrafamentos.
Tem as modas. Vamos lá, agora no inverno mais uma
vez podemos sair contando pessoas usando aqueles casacos ou jaquetas de nylon
“puffer”, aqueles com gomos ou "gominhos", acolchoados e volumosos,
por aqui também apelidados como “bobojacos”, sabe-se lá por causa do quê, de
onde veio esse nome feio.
Você pode também contar uma nova onda e que já tem
lojas gigantescas no comércio popular: perucas, de todos os tamanhos, cores,
formatos e materiais. Cada vez mais as pessoas querem se modificar, e melhor
que seja assim, de forma provisória, que muda de acordo com o dia e humor.
Muito melhor do que também temos visto nas celebridades e subcelebridades
submetendo-se a arriscadas cirurgias de transformação. Quer coisa mais
arriscada do que mudar a cor dos olhos com pigmentação que é como se fosse
tatuagem? Nos olhos? Alguém, por favor, conta para eles que há muito existem
avançadas e seguras lentes de contato coloridas?
Voltando à barba e bigode que tem ocupado meu tempo
de distração, a curiosidade sobre o porquê de tantos gays as estarem usando, me
levou a questionar a inteligência artificial, o novo oráculo. A resposta:
“...pode ser visto como uma forma de afirmação da masculinidade, expressão de
individualidade e até mesmo como um código gay discreto, segundo alguns” ...
Também veio isso: “O bigode, em particular, pode ter associações culturais e
históricas, como a masculinidade, a virilidade e até mesmo a transgressão. Em
alguns casos, o uso do bigode pode ser uma forma de brincar com essas
associações ou de desafiar normas tradicionais de gênero” ...
Ok. Entendido. Vou tentar controlar essa observação
até achar outra melhor para contar. Vocês podem me ajudar com alguma indicação
que repararam estar se espalhando? Ah, já cansei de contar camisas de times de
futebol e as amarelas da Seleção, de triste memória, e também os hype coquinhos
no cocuruto. A invasão de prédios cinza horrorosos na paisagem da cidade.
Aproveitando, Feliz Réveillon do segundo semestre a
todos desse ano de 2025 que voa; creio que isso todos estão observando bem.
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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de
comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano - Bom
para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na
Amazon). Vive em São Paulo. marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br
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