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Carlos Sperança

Lingua solta, a rota das drogas e o garimpo por lideranças


Lingua solta, a rota das drogas e o garimpo por lideranças - Gente de Opinião

Língua solta

Bolsonaro passou muita vergonha por falar sem pensar no que dizia, como “podemos viver sem oxigênio”. Lula também peca por deslizes verbais, como declarar “profunda gratidão ao continente africano por tudo que foi produzido durante 350 anos de escravidão no nosso país”. A gafe do ano, entretanto, foi cometida pelo primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, que falando sobre a COP30 horrorizou brasileiros e envergonhou os alemães ao menosprezar o Brasil.

O governo alemão compensou a verborragia irresponsável de seu líder determinando recursos de 1 bilhão de euros (cerca de R$ 6 bilhões) para vitaminar o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF). Proposta brasileira saudada como a mais promissora no rumo de proteger os recursos naturais e o meio ambiente, o Fundo vai servir como a concretização da ideia-chave do preservacionismo de a floresta em pé vale mais do que derrubada. Faltava determinar de onde viria o ganho extra, pois ninguém vive de belas frases nem tira o sustento de promessas.

Ainda há um longo caminho até reunir o montante previsto para o Fundo, que seria de US$ 125 bilhões, mas há uma quase certeza de que todas as nações com bons governos tratarão de aportar bons volumes de recursos no TFFF por conta dos benefícios embutidos na proposta, sintetizados na tese de que preservar rende ótimos ganhos. A Alemanha entendeu bem o que ela significa.

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A rota das drogas

O projeto de lei antifacção já tramitando no Congresso Nacional visa as melhores expectativas para reverter o quadro de domínio dos carteis criminosos da Bolívia, Peru e Colômbia mancomunadas com facções locais em território rondoniense. A rota das drogas transformou Rondônia numa monumental Ceasa de distribuição de cocaína para outros centros do país, estabelecendo uma poderosa conexão com o Nordeste onde chefões do tráfico rondoniense se instalaram nos últimos anos. Já, combater a existência dos políticos nas facções é outra história e isto vem desde a bancada do pó rondoniense nos anos 80.

Garimpo de lideranças

Com vistas a recuperação do espaço perdido nos últimos meses com afastamentos nos seus quadros em busca de agremiações conservadoras, o MDB está em campo garimpando adesões de novas lideranças para oxigenar a tradicional sigla rondoniense, com um passado poderoso no estado, elegendo governadores do porte de Jeronimo Santana, Valdir Raupp e Confúcio Moura. Na capital, as conversações são lideradas pelo presidente do diretório municipal Willians Pimentel e no interior, o próprio senador Confúcio Moura, presidente estadual da legenda tem conseguido novos quadros para as eleições do ano que vem.

Busca de um vice

Já existem indicativos que a decisão do atual prefeito de Cacoal Adailton Fúria (PSD) em disputar o governo do estado é irreversível, nesta altura do campeonato. Um deles é a busca de um vice ou uma vice em Porto Velho onde se concentra um terço do eleitorado rondoniense. Fúria e seu mentor, o ex-senador Expedito Junior, que foi o mesmo “inventor” de Ivo Cassol e Hildon Chaves – tem mantidos constantes contatos na capital para cooptar um nome expressivo como candidato a vice- na chapa de Fúria. De preferência sendo mulher.

As piores estradas

No ranking das piores estradas do País, estimado pelo manual da qualidade das rodovias elaborado pela Confederação Nacional de Transportes-CNT sobre a região amazônica dos cinco estados só escapou mesmo Rondônia, agora com a concessão da rodovia 364 já alvo de melhorias ao longo do seu trajeto entre Porto Velho e Vilhena. Conforme o levantamento da CNT as piores estradas estão no Amazonas, Acre e Amapá. Se fossem estudadas as condições das estradas vicinais dos estados, alguns deles no inverno amazônico – e neste caso não escaparia também Rondônia -   cuja situação seria de um verdadeiro caos.

As invasões

Com tantas áreas invadidas por famílias carentes em Porto Velho –algumas invasões mais antigas, outras mais recentes – temos o poder público proibido pela justiça de estender infraestrutura, inclusive rede de abastecimento de agua e instalação de energia elétrica. Nos recentes protestos ocorridos na estrada do Areia Branca, região onde se estabeleceu a fábrica da Coca-Cola, o mesmo dilema para os moradores ocasionou até o fechamento temporário do acesso da rodovia. Atender as demandas das invasões –além de agua, energia e esgoto – passam pela regularização fundiária e muitos processos das áreas invadidas se prolongam na justiça.

Via Direta

*** Os dirigentes da Fecomercio e da Federação das Industrias defendem a concessão da BR-364, mesmo com pedágios caros. Alegam que a nova condição salvará muitas vidas ceifadas por tantos acidentes *** Com a missão de organizar melhor as coisas na representação de Porto Velho em Brasília, a juíza Euma Tourinho (Podemos) toma posse do novo cargo buscando também  liberação de recursos através de emendas e verbas dos ministérios *** Pesquisadores da Fiocruz e outras entidades estão realizando pesquisas ao longo da BR-319, que liga Porto Velho a Manaus buscando o surgimento de novos vírus e as doenças existentes na região amazônica *** Os  mesmos cientistas também auscultam as influencias na saúde nas comunidades ribeirinhas.   

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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