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Carlos Henrique

Senador está sendo levado na conversa


A assessoria do senador Acir Gugacz anunciou ontem, em tom festivo, uma “conquista” para Porto Velho: O senador levou o prefeito Mauro Nazif a encontrar-se com o diretor-geral do DNIT, general Jorge Fraxe, para ouvir dele a promessa de que em oito dias será entregue à Prefeitura um levantamento completo com as pendências da obra dos viadutos e travessia urbana de Porto Velho. Segundo o release, o levantamento é o que falta para a reabertura do processo licitatório da obra dos viadutos pela prefeitura e deveria ter sido entregue pela administração passada, do ex-prefeito Roberto Sobrinho (PT). Mas nem o DNIT e nem o atual prefeito teriam recebido.

Mentira 1O projeto com todo o levantamento do remanescente da obra já foi executado há meses pela empresa Consol – Engenheiros Consultores e entregue ao prefeito Mauro Nazif pronto para ser licitado. Mas foi recusado, pois nosso dileto alcaide exigiu a divisão do trabalho em quatro lotes. Foi aí que a coisa pegou, pois há todo um procedimento burocrático no caminho, já que isso iria contrariar o projeto original e exigiria uma mudança na própria delegação da obra à Prefeitura. Além disso, a divisão não iria atrair grandes empresas, mas provocaria sua ira, o que não é bom negócio. Não custa lembrar que são exatamente elas que bancam as viagens internacionais regadas a Johnnie Walker blue label em jatinhos particulares. Ou seja: têm algum poder nesse governo.
Mentira 2 – Antes de se comprometer a apresentar uma solução em oito dias, o general Jorge Fraxe deveria procurar saber sobre o que estava falando.  Ele disse que “não houve controle, na gestão anterior, do que foi feito e do que ficou por fazer, por isso não pudemos dar rumo ao processo”. A Superintendência regional do DNIT em Porto Velho sabe exatamente o que foi realizado na obra. E sabe muito mais sobre o que a Prefeitura deixou de fazer. Já enviou inclusive ao general uma nota técnica sobre a documentação apresentada pela Prefeitura de Nazif, contrariando a pretensão do prefeito de manter a obra sob seu controle. O general disse que uma consultoria foi contratada agora pelo DNIT, mas esse contrato já existe pelo menos desde fevereiro e a empresa é a Consol, que inclusive estava encarregada da supervisão da obra. A Prefeitura pode até iniciar o processo de licitação. Mas não é o que o DNIT quer. Ademais, não posso precisar até que ponto isso vai influenciar no prazo de oito dias estabelecido pelo general, mas o DNIT está em greve.
Pelo visto, só tem bandido nessa novela. O único inocente é o senador, que está sendo literalmente levado na conversa. Ele disse que, além de interceder por mais agilidade nos trabalhos do DNIT e da prefeitura, vai acompanhar par e passo, para que não haja mais atrasos e que a obra seja feita com qualidade e no cronograma previsto. "Assumo um compromisso com a população do Porto Velho e assim como fiz em Ji-Paraná, na obra da travessia urbana, vou acompanhar de perto a realização desta obra", frisou. Pode até ser que não, mas os indicativos apontam na direção de uma grande decepção.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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