As facções criminosas se espalharam para todos os rincões de Porto Velho

Mansões em cinzas

Chamados de catastrofistas e apocalípticos, durante décadas os climatologistas advertiram que as consequências do desmatamento acelerado na Amazônia apresentariam no futuro resultados... catastróficos e apocalípticos. A não ser que se arranje outros adjetivos para o que finalmente veio a ocorrer de fato na atualidade da grande floresta, o desmatamento é responsável por cerca de 74,5% da redução de chuvas e por 16,5% do aumento da temperatura do bioma nos meses de seca, segundo cientistas ligados à Universidade de São Paulo.

Essa pesquisa, de caráter inédito, servirá para as análises dos participantes da Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP30, a se realizar em Belém no mês de novembro. O ineditismo do estudo consiste em que pela primeira vez o foco da pesquisa foi quantificar os impactos da perda de vegetação e das mudanças climáticas globais sobre a floresta.

Não é a catástrofe toda, porque a destruição continua além de qualquer racionalidade, nem é ainda o Apocalipse com anjos tocando trombetas, mas quem perguntar aos donos de mansões devastadas na Califórnia pela série de incêndios florestais em janeiro de 2025 que não pouparam bairros de luxo de Los Angeles, causando milionários prejuízos a celebridades como Paris Hilton e Mel Gibson, ouvirá deles a certeza de que os alertas climáticos não eram exageros de gente contra o progresso.  

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Eleições 2026

Tenho sido questionado nas minhas andanças sobre o nascimento de novas lideranças no estado, buscando emergir a cargos mais elevados nas eleições de 2026. Constato que na disputa ao governo estadual o nome do atual prefeito de Cacoal Adailton Fúria (PSD) é uma liderança emergente. No Vale do Jamari, desponta com força o delegado Camargo na peleja de uma cadeira ao Senado, um extremista bolsonarista, bem ao gosto do agronegócio conservador na região de Ariquemes. O desafio destas lideranças interioranas é projetar seus nomes para outras regiões densamente povoadas como Porto Velho e Ji-Paraná.

Influência dos caciques

Outro questionamento que chega a esta singela coluna é sobre a influência dos velhos caciques da política rondoniense. Vejo a maioria deles em dificuldades nas eleições de 2026 depois dos percalços anteriores já que novas lideranças regionais surgiram. Dos antigos em Porto Velho temos o ex-senador e ex-ministro Amir Lando (MDB disputando uma cadeira a Câmara dos Deputados, assim como o ex-senador Ernandes Amorim em Ariquemes e Vale do Jamari. Também constato os clãs políticos regionais em declínio, desde os Muletas em Jaru, aos Donadons em Vilhena, sendo superados por lideranças mais recentes.

Construção civil

O aumento do custo da mão de obra, os juros elevados praticados pelos bancos na aquisição de imóveis e a demanda de mercado são alguns motivos da retração da construção civil em Porto Velho. Um segmento que foi o grande propulsor da capital rondoniense na década passada com a edificação de tantos condomínios para a classe média e milhares de casas e apartamentos para as familiais de baixa renda, os chamados imóveis populares. Na verdade, o mercado imobiliário também está afetado, já que os corretores de imóveis se queixam do volume de vendas. Todo mundo urrando.

Até nos distritos

As facções criminosas se espalharam para todos os rincões de Porto Velho, um município com território imenso, semelhante a pequenos estados do Nordeste. As drogas já chegaram as aldeias indígenas e aos territórios quilombolas, mas a denúncia que recebi ontem me deixou perplexo. Num importante distrito de Porto Velho se o cidadão tiver sua casa arrombada, os moradores não vão a Delegacia se queixar, se dirigem ao chefe local da facção criminosa. Explicam que as localidades são pequenas e se você pôr a Polícia no caso será marcado pelos traficantes, já perante ao chefe local da facção predominante, ele atende a reivindicação do morador e manda o ladrão devolver seus pertences. É coisa de louco!

Cisões na política

Da mesma forma em que o bolsonarismo comparece as urnas em Rondônia no ano que vem com as principais forças conservadoras do estado divididas, o MDB segue no mesmo caminho. Não é possível, por exemplo, a pacificação do atual governador Marcos Rocha e seu grupo político, instalados no União Brasil, com os senadores Marcos Rogério e Jaime Bagatolli e o deputado federal Coronel Crhisostomo, principais lideranças do PL, partido do mito Jair Bolsonaro. Já, no MDB o ex-senador Waldir Raupp e sua ala se mostram irredutíveis para uma reconciliação com o atual senador Confúcio Moura, provável candidato ao governo de Rondônia.

Via Direta

*** Nesta terra de traíras políticos, já não é mais novidade o dolorido e fatal punhal da traição. Neste momento está em curso mais uma baita traição política, agora com uma cimitarra afiada, aquelas que decepa cabeças nos embates hindus *** A conspiração e contra o vice-governador Sergio Gonçalves tendo um forte grupo político  empenhado em não permitir sua candidatura ao governo de Rondônia, como foi combinado com o governador Marcos Rocha *** Com as prováveis adesões de dois deputados federais, os Republicanos vão se reforçando para as eleições 2026 em Rondônia, quando pretendem lançar candidatos ao Senado e ao Palácio Rio Madeira, sede do governo estadual.