Quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013 - 21h28
Por: Altair Santos (tatá)
Terminou mais um carnaval. Eita carnavalzinho enroscado! Sem dó e sem piedade, judiaram muito do Zé Pereira o nosso Rei da Folia e seus seguidores. Solitário de cotovelos no balcão, o Zé pouco se aventurou no salão para uns rodopios serelepes. Quando o fez, não se achou na dança e nem se ouviu na canção. Ele que não é bobo e temendo que a coisa piorasse pro seu lado cedo soprou as cinzas, pegou o boné e, antes do último toque do clarin deixou a cena, saindo de mansinho, cabisbaixo. Anônimo em meio ao povo foi curtir bem longe, depois da curva - numa mórbida quarta-feira - as lembranças de um ciclo festivo que lhe desbotou a fantasia e sua importância histórica. No próximo ano que os ventos de melhor sorte, soprem a vinda do nosso ilustre e imaginário convidado e, goze ele, de melhor tratativa na passarela karipuna. Antes de zarpar, o já atordoado Zé Pereira passou no Carnaleste, mas foi barrado no baile. Aliás, nem teve o baile, a festa nem começou! Pense num esquisito e estranho evento de um ato só, o fim! Foi chegar, ouvir o inexplicável e voltar pra casa. Os defensores da cultura popular não estavam lá para azar do Zé e seus conterrâneos da pátria carnaval. Atônitos, foliões e ambulantes amargaram a contramão da folia, ficaram zanzando órfãos no asfalto da Amador dos Reis, tentando ao menos lembrar seus endereços naquele triste e evidente infortúnio cultural. A quietude da quarta de cinzas veio mais cedo, pintada com as cores da decepção e do desolamento. Depois disso, ainda senhor de sua incontida e animada alma de folião, ao fôlego das réstias de energia, resolveu dar o último bordejo lá pela Pinheiro Machado. No local, a coisa também não era das melhores, num claro indício de que lá como cá, em qualquer ponto da cidade, o carnaval se deu em atmosfera pesada. Carnaval é coisa muito mais séria do que se possa imaginar. Bem sabemos o quão difícil e sofrido é produzir, organizar e fazer viva a cena carnavalesca com os elementos que propiciam a alegria popular e que ressaltam os valores fundamentais de tão rica expressão cultural. A UNESCO reconhece o carnaval brasileiro como sendo uma das mais importantes e grandiosas manifestações culturais do mundo. Isso parece alheio, desprezível ao conhecimento e interesse de muita gente que, por aqui, ainda trata o carnaval com desprezo tal ao plano do desrespeito. Ninguém é obrigado a gostar de carnaval, mas enquanto legado de merecimento e como política de valorização, defesa e reconhecimento a este gigante da identidade cultural da festiva nação brasileira, os investidos de tal responsabilidade, mesmo com seus quereres, poderiam promover melhores acenos. O carnaval com sua força de mobilização e apelo culturalrepresenta muito e deve ser refletido, pensado e assumido ao plano de se criar os mecanismos que, cada vez mais, viabilizem a atividade provendo-a zelo e cuidado, é claro, porém, sem as amarras das exigências, sem o desconhecimento, sem a omissão e longe do descompromisso. Renegar a cultura popular é abrir mão da formação, da informação e do constitucional direito e acesso aos bens de cultura. Como dito por Dom Helder Câmara, “fazer carnaval é colocar um pouco de sonho e alegria nas vidas e nas esperanças de pessoas queridas. Então, alegrem-se meus queridos!”
O autor é compositor, músico e produtor cultural
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