Segunda-feira, 29 de setembro de 2025 - 16h52

Estive ausente de Porto Velho durante quase três meses
deste ano. Entre o começo de julho e o final de setembro, estive fora daqui.
Não quis “pagar para ver” a repetição do Armagedon que se instalou em terras
karipunas naquele verão de 2024 com toneladas de fumaça tóxica e fuligem. Por
conta das queimadas, quase fui à lona com rinite alérgica, sinusite, bronquite,
taquicardia e alguns outros males. Fiquei na cidade de São Paulo, na Argentina,
em Curitiba no Paraná, em Santos, Praia Grande e em outras cidades mais
civilizadas, limpas e aconchegantes quando o assunto é o respeito ao meio
ambiente, ao clima e ao alto IDH. Parece que gastei dinheiro à toa, pois pela
primeira vez na História, a pior capital do país para se viver não registou um
só dia de fumaceira nem de fogo no que ainda resta de floresta. Ventos de
modernidade sopraram na “Capital da Seboseira”?
Mesmo vivendo na comodidade de tantos lugares incomuns e
muito agradáveis, acompanhei de perto a situação vivida neste fim de mundo
rondoniano. “Professor, os céus de Porto Velho neste verão de 2025 continuam
fazendo justiça ao triste, feio, hipócrita e horroroso hino do Estado” é o
que diziam os meus interlocutores. Voltei imediatamente para constatar essa
grande e surreal surpresa ambiental. Os rondonienses estão preservando a
floresta amazônica por vontade própria e por conscientização ecológica? Não é
possível! Bastou eu sair só uns dias daqui para que essa gente destruidora de
meio ambiente tomasse juízo? Porto Velho e Rondônia serão, de agora em diante,
lugares bons para se viver? Quem será o responsável ou os responsáveis por este
avanço pouco esperado nesta currutela fedida e imunda? Léo Moraes já disse que
foi ele.
Mas é obvio que não foi. Todo mundo sabe que essa fumaça
que sempre nos castigou é estadual e até nacional. O prefeito fala muito. Só
não dá um pio sobre a questão do saneamento básico e da água tratada da cidade
que ele administra. Segundo o Instituto Trata Brasil continuamos no último
lugar no Brasil em saneamento básico dentre as cidades com mais de cem mil
moradores. Por isso, a tarefa do prefeito Léo é hercúlea para transformar Porto
Velho em uma Maringá, Curitiba, Londrina ou até mesmo numa Foz do Iguaçu.
Estive semana passada em Maringá, interior do Paraná, que é a melhor cidade do
Brasil para se viver. A cidade paranaense tem quase o mesmo número de habitantes
de Porto Velho, é bem mais nova (tem só 78 anos contra os 111 anos daqui) é
muito arborizada e tem um IDH de fazer inveja às melhores cidades do Primeiro
Mundo.
Mas se não foi o Léo Moraes que acabou com a fumaça de Porto Velho só podem ter sido os deputados federais e os senadores de Rondônia. Isso sem falar nos probos, honestos, competentes e trabalhadores vereadores da capital. Sim, pois sendo quase todos eles bolsonaristas, conservadores, reacionários e também da extrema-direita é claro que estão preocupados com o meio ambiente e com dias melhores para os seus coitados eleitores. E até São Pedro tem ajudado nestes dias, pois as chuvas já estão chegando em setembro quando o normal seria outubro. Claro que o único problema da “Capital de Roraima” não é só a fumaça. O “açougue” João Paulo Segundo, por exemplo, continua envergonhando os políticos. Isso se eles tivessem vergonha, né? Assim como a falta de mobilidade urbana e a violência social. E eu só continuo a morar por aqui se tiver fumaça. Eu até gostava de ver aquelas dragas de garimpo “matando” o Madeira. Céu azul cansa!
*Foi Professor em Porto
Velho.
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