Segunda-feira, 17 de novembro de 2025 - 15h27

Porto
Velho não precisa de varinha mágica; precisa de encanamento. De ralo que
funciona, de rua que não vira igarapé, de torneira que não falha. Entre a cheia
que volta no inverno e a poeira do verão, a cidade vive de improviso. E
improviso, no fim, sai mais caro que obra.
É
por isso que a Agenda 2030 é bonita no telão, mas aqui ela começa na casa da
gente: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) na água e no esgoto (ODS
6), na drenagem e no planejamento urbano (ODS 11), na saúde que não lota à toa
(ODS 3) e na cidade que aguenta a chuva sem desabar (ODS 13). A prefeitura tem
Plano Municipal de Saneamento e painéis alinhados aos ODS; ótimo. Há
planejamento e ações em curso, mas falta um cronograma único, claro e fácil de
acompanhar, que mostre prazos e entregas por região. Sem isso, “tirar do papel”
vira promessa que a população não consegue fiscalizar.
O Custo da Não-Obra
A
conta da “não-obra” é diária. Escola que suspende aula porque a rua virou lama.
Nos piores meses, cresce a procura por atendimento por diarreia e outros
problemas de saúde ligados à água, sobretudo entre crianças e idosos. Comércio
que fecha na primeira cabeça d’água. ODS se mede nisso: se a criança vai à
aula, se a água chega limpa, se o dinheiro do mês não evapora pagando remendo.
E, por favor, menos gambiarra: limpar depois que alaga, clorar água de
caminhão-pipa, passar máquina em rua de terra. Isso é rodízio de emergência,
não política pública.
“Ah,
mas é caro.” Caro é reconstruir todo ano. Caro é internar quem não precisava
adoecer. Caro é perder trabalho porque a cidade parou. Saneamento básico é a
obra que mais devolve resultado em menos tempo. Não é ideologia; é aritmética.
E é também regra do jogo: promete Agenda 2030 e não cuida do esgoto? Perde
investimento e credibilidade.
Compromissos Essenciais (Sem Tecnicalês)
Então
vamos ao essencial. Em 12 meses, água contínua (24 horas por dia, 7 dias por
semana) nos locais que mais sofrem hoje, escolhidos por critérios públicos e
fáceis de conferir, com o cronograma por bairro na internet.
Em
18 meses, primeira etapa do esgoto: centro expandido e dois eixos vulneráveis
com coleta, tratamento e ligação na casa do morador facilitada, sem empurrar a
conta para quem menos pode.
No
mesmo período, resolver de vez os pontos que sempre alagam, em vez de limpeza
depois do desastre. Água garantida em escolas e unidades de saúde: torneira que
funciona, reservatório limpo, plano de contingência onde não há rede.
E
tudo isso num quadro simples e público de acompanhamento: o que será feito,
onde, quando começa e quando termina.
“Mas
a chuva vai continuar.” Vai. Por isso adaptação não é capricho: drenagem é
seguro-clima; árvore e sombra são menos calor e menos gasto de luz. ODS 13 no
asfalto, não no slide.
E
o cidadão nisso? O dever de cobrar do poder público é igual ao de colaborar
ativamente: não entupir bueiro é tão importante quanto exigir o prazo, aceitar
a ligação de esgoto quando a rede chega e participar do conselho de saneamento
do município. Saneamento é obra pública com resultado particular: melhora a rua
e melhora a sua saúde.
No
fim, a régua é simples: verdade com data, número e endereço. Água contínua em
tais áreas, esgoto funcionando em tais ruas, tantos pontos de alagamento resolvidos,
tantas escolas e postos de saúde com padrão de qualidade. Se entrar serviço,
baixar gasto e melhorar a saúde de quem mora ali, é Agenda 2030 de verdade. Se
ficar no discurso, é só calendário bonito na parede. Porto Velho não precisa de
slogan novo; precisa que a água boa chegue, que a água ruim vá embora e que a
cidade enfrente a próxima chuva sem pedir arrego.
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