Quarta-feira, 26 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Uma estranha mudança de rumo


  Uma estranha mudança de rumo - Gente de Opinião

 E de repente, alegando documento enviado pelo PMDB, a Assembleia Legislativa decidiu acabar com a CPI da Evasão Fiscal. O motivo principal certamente nunca será admitido, mas desde sua proposição nos corredores da Assembleia Legislativa, e em alguns gabinetes dali e de outros lugares, falava-se, abertamente, que havia fortes pressões externas para acabar com a proposta que buscava, conforme anunciado inicialmente, primeiro verificar a quanto anda, efetivamente, a evasão fiscal no Estado (àquela altura pelo menos um deputado chegou a dizer que estava em torno de 30% do que Rondônia arrecada). Segundo, porque fatalmente poderia colocar às claras como funcionam órgãos ligados a Sefin, caso, por exemplo do Tribunal de Apelação de Tributos Estaduais, o Tate.

Se as investigações do “mensalão” começaram com um pagamento de 3 mil reais a um diretor dos Correios, irrisória quantia face ao fato ao final levantado, a “lebre”, pelo lado de cá, começou a ser levantada com denúncias envolvendo o próprio Tate. Apesar de haver outras suspeições.

O fim da CPI da Evasão Fiscal, determinado pelos votos de 13 dos 24 deputados estaduais – sete deles citados como “ausentes” e só quatro a favor da manutenção representou, para quem tenha condição de uma análise maior, a confirmação de que a CPI poderia mesmo incomodar alguns segmentos que não teriam interesse na possibilidade de que a investigação acabasse mostrando que algo não estaria no lugar certo. E por que tal raciocínio? Simples: quem trabalha com a notícia sabe que um “não” pode ser apenas a confirmação daquilo que se supõe existir.

E para o Estado? Perdeu ou ganhou? Quem pode explicar isso é ninguém menos que o próprio governador Confúcio Moura, certamente o principal interessado em colocar tudo em “pratos limpos” haja vista o fato principal, evasão fiscal, ter ligação direta com um setor da administração pública que é de sua responsabilidade direta, a Sefin e, mais, também a questão já citada por vários deputados, da concessão de benefícios para construtoras de hidrelétricas e fato que estava na alça de mira de alguns membros da CPI. Compete agora a Confúcio vir a público e explicar qual a sua opinião sobre essa decisão da Assembleia, quando se sabe que ela mexe direto com arrecadação, e que isso interessa ao Estado que o governador jurou defender.

Bom, talvez o Ministério Público se interesse pela questão e faça uma ação que aclare de vez o que a CPI ficou impedida de fazer, a suspeita que ficou no ar: há evasão fiscal e quanto isso remonta em prejuízo para o Estado. Porque, da maneira como foi feita a extinção da Comissão, representou uma estranha mudança de rumo que pode, ao final, atentar contra o perfil que a nova composição da Assembleia Legislativa estava tentando passar para a população.

Considere-se dito!
 

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 26 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

A “Rachadinha de Natal”

A “Rachadinha de Natal”

A rachadinha é uma das modalidades de corrupção mais presentes no submundo da política brasileira. Aqui e acolá estoura uma denúncia envolvendo o de

A Volta das Maritacas políticas do Centro-Oeste: um Alerta para a Política do Distrito Federal

A Volta das Maritacas políticas do Centro-Oeste: um Alerta para a Política do Distrito Federal

A esperteza dos falsos políticos do Distrito Federal é notória e preocupante. Essas maritacas parecem ter esquecido, ou preferem esquecer, das dezen

O preço da traição

O preço da traição

De todos os pecados mortais que, ao longo dos séculos vêm degradando a humanidade, existe um que, depois daquele beijo infame de Judas Iscariotes no

Covardia de quem mesmo?

Covardia de quem mesmo?

Covardia foi ter dito que não era coveiro quando inocentes estavam morrendo de Covid. Covardia foi dizer “e daí?” quando as pessoas estavam morrendo

Gente de Opinião Quarta-feira, 26 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)