Sábado, 22 de outubro de 2016 - 21h30
Embora sempre se faça acenos à eventual retomada do crescimento econômico – e sempre saem noticias especulando de quando isso se daria –, o objetivo do governo é o ajuste fiscal. Meirelles deixou claro para os governadores que seu único compromisso é esse. Temer chega a dizer que seriam necessários três anos para completar o ajuste.
Foi esse o objetivo que o governo golpista se colocou e ao que ele se dedica. Só tem agendas negativas. A monstruosidade da PEC do teto dos gastos públicos é considerada por Temer como sua obra-prima, pelo tamanho da destruição do Estado que ela visa. Só menos Estado, menos recursos para políticas sociais, menos patrimônio púbico, menos direitos dos trabalhadores, menos soberania externa.
Aplicando um duro ajuste fiscal sobre uma economia em recessão, o resultado só pode ser muito mais recessão, muito mais desemprego, muito maior corrosão do poder aquisitivo dos salários. E mais lucros para os bancos, que são os únicos que ganham com a recessão e o endividamento generalizado.
Com isso, o governo está condenado, até onde sobreviver, a ser um governo impopular. O próprio Temer se resigna a ter 5% de apoio ou menos. Cada medida sua ataca direitos da população, ao patrimônio nacional, ao nível de vida das pessoas. Não ha nenhuma agenda positiva. Seu diagnostico conduz a pedir mais e mais sacrifícios ao povo, enquanto libera condições e recursos para acelerar os processos de acumulação de capital e de superexploração dos trabalhadores, além dos polpudos recursos para os meios de comunicação, para que blindem o governo dos seus desgastes.
Se os anos 2014 2015 e 2016 foram de instabilidade política, de crise institucional, de recessão, 2017 não se anuncia melhor, pelos planos do governo e pelas suas fragilidades. Temer quer acreditar que a maioria parlamentar significaria maioria na sociedade para o que seu governo está fazendo. Se fosse assim, o governo poderia contar com ampla base de apoio na sociedade, não teria que estar escondido, não teria que aceitar que o epíteto de “golpista” lhe pegou tão em cheio.
Não bastasse anos de recessão, com suas consequências de desemprego, aumento da desigualdade, da exclusão social, da pobreza e da miséria, e de impopularidade correspondentes, o governo está condenado também a crises periódicas produzidas pelos reiterados escândalos, dada a composição da equipe do governo, que tem 15 ministros citados ou diretamente investigados pela Lava Jato.
Está um governo desses em condições de sobreviver até 2018 e impedir que nas novas eleições candidatos que representem exatamente o oposto do que ele vem fazendo, triunfem? Sua sobrevivência, do ponto de vista da direita, seja na sua vertente midiática, quanto empresarial, depende de conseguir colocar em pratica os duros ajustes fiscais, ao mesmo tempo que favorece abertamente a entrada de capitais estrangeiros na exploração do pre sal.
Em suma, um governo condenado à impopularidade, que manterá o Brasil na recessão e a aprofundará, com a sequela de desemprego e crise social. Um governo que tenderá a se fragilizar cada vez mais no próprio Congresso, conforme os desgastes das suas medidas afetem as próprias bases dos parlamentares que até aqui tem apoiado o governo. A prisão de Eduardo Cunha e suas consequências, só intensificam os elementos de desestabilização do governo.
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