Quinta-feira, 23 de outubro de 2008 - 17h31
Por Nara Vargas*
Ainda recebendo muitas homenagens, pelo dia do mestre, os professores de todo o pais devem ter ficado um pouco mais felizes esta semana com a notícia do tal 14º salário. É o projeto do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) que quer garantir o pagamento de mais um salário, aos professores que conseguirem melhorar a classificação e, conseqüentemente, subir de posição no Indicador de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), índice calculado anualmente pelo Ministério da Educação (MEC).
Segundo o projeto, isso vai melhorar a qualidade da escola. A idéia foi inspirada pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que já instituiu a medida naquele estado.
O projeto já está sendo analisado pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte e prevê o benefício para professores de escolas públicas de educação básica do Distrito Federal, dos estados e municípios que conseguirem elevar o Ideb de sua escola em pelo menos 50%. Se o projeto for aprovado, o professor deverá receber o pagamento desse salário-extra, seis meses depois da publicação do resultado da avaliação de desempenho.
Quando dei a notícia a uma colega professora, expliquei estes detalhes e ela com toda a esperança que lhe é peculiar disse: Eu sabia que não iria ser de graça, querem que eu produza mais ainda, para ter direito ao 14º ?
Interessante é a justificativa do autor do projeto: Somente por meio da satisfação financeira dos educadores e do seu aperfeiçoamento profissional, o Brasil poderá dar o salto de qualidade que precisa para ingressar no seleto grupo de países que priorizam a educação e são aclamados como desenvolvidos".
Ou eu perdi alguma coisa ou mais uma vez estão querendo jogar a culpa da qualidade da nossa educação nas costas do miserável do professor ?
Desta forma sou obrigada a entrar na campanha do professor de física, de uma escola pública do ensino médio da Bahia, Marco Afra. Ele disse que tem vergonha de dizer que ganha um salário de R$ 650,00 e talvez por causa deste número, que, aliás, deixa qualquer um de miolo mole ao final do mês, o professor resolveu fazer a campanha Troque um parlamentar por 344 professores.
Segundo as contas do físico, que diz ser um idealista e que atualmente vê a profissão de professor como um trabalho social, um parlamentar brasileiro custa para o país R$ 10,2 milhões por ano e são os parlamentares mais caros do mundo, custando ao país por baixo 688 professores com curso superior.
Ou seja, o que se paga ( e somos nós contribuintes que sustentamos essa gente) a um parlamentar, daria para pagar 344 professores. Mas não se revoltem, amados mestres, pois vem aí o 14º salário. Como diz a galera: OÓÓÓÓÓÓÓ!
E não se surpreendam se aparecerem uns e outros, prefeitos ou governadores que não são simpatizantes da idéia do também professor Cristovan Buarque e que com certeza vão apelar para a lei de responsabilidade fiscal.
Fazer o quê, est la vie !!!
* É jornalista e professora.
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