Sexta-feira, 6 de março de 2015 - 00h10
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Desde os primórdios da Igreja, encontramos informações sobre um tempo necessário de preparação pessoal e comunitária para a Páscoa. A Igreja desde sempre promove práticas penitenciais como caminho de preparação para a celebração da grande festa da vida: a Páscoa.
A Quaresma é tempo especial, durante o qual assumimos, com maior determinação, nosso desejo de identificação com Nosso Senhor Jesus Cristo: fazer nossos os sentimentos que foram os dele!
Como podemos fazer nossos os sentimentos de Jesus? Um primeiro passo é conhecer Jesus e seu Evangelho. A Palavra do Senhor precisa encontrar em nós acolhida; ela deve se tornar nosso alimento. Ela oferece indicações consistentes a respeito de Jesus e o Reino; vai abrindo nossos olhos, forja conhecimento, provoca a reflexão, alarga o coração, desperta nossos sentimentos, promove a prece, convoca-nos a sair de nossas possíveis medidas por vezes estreitas demais. Outro passo é abrir-se ao diálogo com outras pessoas que buscam realizar o mesmo caminho. É através do diálogo que se pode aprofundar a própria compreensão a respeito também de Jesus e seu Evangelho. Além disso, é necessário cultivar a dimensão da prece, da oração. O lançar-se humildemente diante do Mistério, o colocar-se de joelhos diante da Cruz e pedir: “Senhor, abre meu coração, desperta meu entendimento a fim de poder compreender sempre mais e melhor o teu Evangelho de vida, e, por graça, fazer meu os sentimentos teus”.
Durante o caminho quaresmal, somos, pois, convidados a renovar nossas vidas, buscando identificar-nos mais intensamente com Jesus, através da entrega generosa aos irmãos e irmãs, especialmente aos mais necessitados.
Como filhos e filhas de Deus, irmãos e irmãs a caminho da Pascoa, “como comunidade congregada por aqueles que, crendo voltam o seu olhar a Jesus, autor da salvação e princípio da unidade”, não podemos ficar indiferentes às diversas necessidades daqueles que, com frequência, encontramos em nossa sociedade, os pobres, por vezes considerados ‘sobras e resíduos’.
“As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Jesus”, isto é, daqueles que se empenham por fazer seus os sentimentos que foram os dele!
Através da Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema é “Fraternidade: Igreja e Sociedade”, a Igreja quer renovar o compromisso de ser uma ‘Igreja a serviço da vida plena para todos’.
Os filhos e filhas de Deus, inseridos na sociedade, são ‘sal, luz e fermento’; pessoas dispostas ao seguimento do Senhor, e que se deixam ‘guiar por valores fundamentais de Justiça, de Fraternidade e de Paz’. São pessoas que ‘professam que o Reino de Deus iniciado aqui na terra, na Igreja de Cristo, não é deste mundo, cuja figura passa, e que seu crescimento próprio não se pode confundir com o progresso da civilização, da ciência ou da técnica humana, mas consiste em conhecer cada vez mais profundamente as insondáveis riquezas de Cristo, em esperar cada vez mais corajosamente os bens eternos, em responder cada vez mais ardentemente ao amor de Deus e em difundir cada vez mais amplamente a graça e a santidade entre os homens. Mas é este mesmo amor que leva a Igreja a preocupar-se constantemente com o bem temporal dos homens. Não cessa de lembrar a seus filhos que eles não têm aqui na terra uma morada permanente, anima-os também a contribuir, cada qual segundo a sua vocação e os meios de que dispõem, para o bem de sua cidade terrestre, a promover a justiça, a paz e a fraternidade entre os homens, a prodigalizar-se na ajuda aos irmãos, sobretudo aos mais pobres e mais infelizes’...
A Quaresma quer ser tempo de recordação do essencial, do que verdadeiramente conta. Por isso, é tempo de graça!
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