Domingo, 1 de maio de 2016 - 11h11
Hoje, como há alguns dias vem acontecendo, deparei-me com comentários violentos sobre uma publicação que repostei nas redes sociais, e que falava sobre o golpe que vem se concretizando na democracia.
Depois de ler e reler as violências escritas por uma pessoa que acreditava ter o mínimo senso crítico, cheguei a conclusões que me deixaram aturdido:
· Voltamos à Roma Antiga, ao grande império, lar do famoso Senado Romano e berço de grande parte do Direito ocidental!
O Imperador, na sua infinita “sabiduria” - uso esse neologismo pejorativo porque ele era sabido e não sábio -, mantinha seu povo distraído com o necessário entretenimento e pão.
Para que ele, povo, que não se interessasse o bastante pela política - e que àquela época era feita de forma violenta, invasiva e sangrenta -, bastava o Imperador que vitimava nações e escravizava os vencidos.
O Senado romano, sempre famoso por sua corrupção e por seus bacanais para coroar e fazer novas alianças espúrias, deixava o povo na miséria; sob o peso dos altos impostos e roubos sobre produtores que não se podiam defender. Pois, se tentassem agir em legítima defesa, acabariam no circo, mas como bandidos, traidores, bruxos ou cristãos. Chegamos ao ponto: O Circo!
Por que a existência do Circo? O sabido César chegou à conclusão que, se usasse a política do “Pão e Circo”, controlaria a ira do seu povo contra os desmandos e crimes do Império e seu digníssimo Senado. Ele estava, infelizmente, com absoluta razão!
Não menos maquiavélico (ou cesarélico) é o paralelo com a atual história do Brasil que estamos vivendo; é muito próximo e, diria mais, com o mesmo DNA herdado de dois mil e tantos anos.
Sem atribuir ou isentar culpa crime ou responsabilidade a quem quer que seja, o que devemos pensar é como a estrutura viciada e suja se repete na atual conjuntura brasileira. O Senado romano, representado pelos políticos “de bem” que querem a limpeza da política brasileira, são tão ou mais corruptos que seus julgados que, em alguns casos, nem crime cometeram.
O Circo, representado pela mídia golpista, apresenta cristãos, bandidos, traidores e escravos desobedientes que serão jogados aos leões, para êxtase da massa delirante, que assiste ao “julgamento” de uma Presidenta da República sem crimes sob sua mão. Liderado pelo pior dos césares, o mais sanguinário e ganancioso, Eduardo Cunha. Este sim, réu sem julgamento.
Ou se apresenta a perseguição de um leão de chácara travestido em toga a um “bandido”, definido bandido pelo Senado, sem provas sobre qualquer crime. A massa fermenta, aumenta a temperatura, cresce em seus desejos fascistas e facínoras de ver o sangue daqueles bandidos sendo jorrados, com corpos e reputações dilaceradas em praça pública. Pois, sem esses bandidos da pátria, haverá mais pão para todos nós.
Essa é a questão, o Pão! A faminta e desigual divisão do pão. Quando alguém ousou dar ao povo um pouco mais que pão e circo, farejando senadores vindos do povo bem alimentado, o Senado romano se rebelou! “Do povo não nascem senadores ou pensadores, o povo nasce para servir ao Império, ao Senado e deve se contentar com o pouco pão a que tem direito”.
Então, na sabiduria apreendida do Imperador, o Senado mostra ao povo descontente que aquele que o está dando valor, está errado em fazê-lo, pois o povo não vale mais do que aquilo que ele pode produzir. Descrente, vejo, de novo, o povo acreditando e, com bocas raivosas, gritando pelos leões. De novo, vejo inocentes sendo julgados culpados, para alimentar o êxtase da massa torpe pelo cheiro de sangue. Afinal, não há necessidade de justiça quando podemos beber o sangue dos nossos desafetos que estão massacrados sob nossos olhos.
Enfim, não poética, não romântica e não belamente, resta o sem número de gladiadores, escravos vencidos que fazem o que precisam para sobreviver ao sistema e/ou fugir dele, ou ainda, utópica/romanticamente procurar uma chance de enterrar a espada no peito do velho Império e, com a lâmina ainda pingando, findar com o Senado.
Ricardo Andreatta
Cursou Física na UNICAMP e Psicologia na UNESP.
É Ator pelo Teatro Escola Célia Helena e Chefe de Cozinha em São Paulo/Capital.
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