Quarta-feira, 24 de dezembro de 2025 - 08h51

Dona Natalina casou-se muito
cedo, aos 14 anos – costume da época no sertão baiano, onde mocinhas trocavam a
infância por lares próprios cheios de sonhos. Uniu-se ao meu querido pai, Sr.
Antônio Sodré, trabalhador rural de mãos calejadas e coração generoso. Ele
enfrentava o sol escaldante de Paratinga com enxadas, foices, plantando milho,
feijão e arroz, guiando carro-de-boi pelas estradas vermelhas e, depois, um
Ford 51 carregado de lenha, colheitas, materiais de construção ou romeiros no
"pau de arara" para a Romaria de Bom Jesus da Lapa.
Com sacrifício, educaram 14
filhos, pão na mesa e horizontes de esperança – sem Bolsa Família, que hoje
retém tantos na ociosidade, como retrata a marchinha do Fome Zero. Imaginem a
cena de 1970: céu estrelado sobre Paratinga, casarão humilde com hibiscos,
samambaias e manjericão. Fogão de lenha crepitando, aroma de feijão com carne
seca. Dona Natalina, negra radiante descendente de África, aos 44 anos, mexia a
panela enquanto amamentava o caçula, Marquinhos (Kito), cercada pelos filhos
rindo ao som de grilos e pratos tilintando.
Mainha era tudo: super-mãe,
cozinheira que transformava milho em banquetes, costureira genial na máquina de
pedal. Costurava camisas perfeitas, uniformes engomados a ferro de brasa para a
Escola Borges dos Reis – invejados por todos. Almoços de arroz soltinho, feijão
mulatinho, frango caipira, doces de coco e bolos de fubá. Sem talher, fazia
bolinhos e alimentava os filhos como passarinhos. O casarão pulsava com
histórias ao lampião e canções de ninar em voz doce como mel.
Mas o destino foi cruel. No dia
que completaria 44 anos, 25 de dezembro de 1970, em São Paulo, uma doença
súbita a levou. O saudoso cirurgião
Euryclides de Jesus Zerbini (1912-1993) renomado médico cirurgião brasileiro,
pioneiro da cirurgia cardíaca e do transplante de coração na América Latina,
fundador do Instituto do Coração (InCor) em São Paulo, e um ícone na promoção
da medicina e pesquisa cardiovascular no Brasil, realizando o primeiro
transplante cardíaco latino-americano em 1968, consolidando-se como uma lenda
na cirurgia de coração aberto e na valorização da vida, operou no feriado,
lutando por ela, pilar de 14 filhos.
A notícia veio pelo rádio da FAB: "Mainha
se foi". Eu, com 20 anos em Bom Jesus da Lapa, corri para juntar a família
despedaçada. Anos de luto: Natais sem festa, luzes apagadas, peru só em
memória. Roberto Carlos cantava "Meu Pequeno Cachoeiro", sua
favorita, ao lado de "Cinderela" de Ângela Maria e marchinhas que a
faziam dançar. Até hoje, essas músicas nos fazem chorar e sorrir.
Com sua partida, nossa irmã
Professora Nila Vasconcelos assumiu o papel de mãe, guiando-nos a Brasília,
como mainha sonhava. Jesus nos deu força.
O grande exemplo de superação da
Família Vasconcelos
Aqui em Brasília, somos prova
viva de superação. Apesar das rugosidades – a morte prematura de Dona Natalina
–, permanecemos coesos, superando traumas com fé e união. Prova disso é nosso
irmão caçula, Kito Vasconcelos. Bebezinho, via nas ruas mulher parecida com
mainha e corria gritando: "Mainha voltou!", buscando o colo perdido.
Dava pena ver aquela criança à procura da mãe eterna.
Hoje, Kito é homem honesto,
temente a Deus, evangélico, esposo exemplar e pai da querida Débora, futura
biomédica. Nem por isso abandonou o DNA dos pais: princípios firmes, sem virar
meliante. Essa é a herança de mainha – transforma dor em força.
Dr. Vasco Vasconcelos: um dos
filhos ilustres que honra o legado de Dona Natalina.
Dentre os 14 filhos de Dona
Natalina, desponta como estrela maior o Dr. Vasco Vasconcelos, um dos mais brilhantes
escritores e juristas brasileiros, autor de mais de 10 mil artigos espalhados
pela internet e veiculados em jornais de circulação nacional como Folha de S.
Paulo e Correio Braziliense.
Filho do sertão baiano, ele
carrega no sangue o suor do pai e a agulha costureira da mãe, transformando-os
em pluma afiada e toga de justiça. Sua luta ferrenha pelo primado do trabalho
ecoa os valores de D. Natalina, que nunca deixou um filho ocioso, ensinando que
o diploma universitário é porta para o labor digno, não para o banimento.
Defensor implacável do livre
exercício da advocacia
Dr. Vasco Vasconcelos ergueu-se
como voz trovejante na defesa do livre exercício profissional da advocacia,
combatendo barreiras que aprisionam talentos. Em tribunas sagradas como o
Supremo Tribunal Federal, ele defendeu o diploma universitário como título
soberano, direito constitucional ao trabalho sem entraves artificiais. Sua
argumentação, aplaudida em emissoras de rádio, TV Câmara e dezenas de jornais,
resgata o advogado como agente essencial da democracia, livre para atuar pelo
mérito e pela ética, honrando o sacrifício de mainha que costurava uniformes
para que seus filhos brilhassem.
A cruzada contra a escravidão
moderna da OAB
Ninguém lutou com mais denodo
pelo fim da escravidão moderna da OAB – o famigerado "caça-níqueis"
do exame que joga ao banimento, cerca de 600 mil profissionais qualificados,
jogados ao ostracismo e à miséria. Dr. Vasco expôs essa chaga na Comissão de
Educação e Cultura e na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados,
com entrevistas impactantes que ecoaram nacionalmente. Ele clama pelo resgate
desses "cativos", inserindo-os no mercado de trabalho para que
exerçam a advocacia com o diploma em punho, libertando gerações como mainha libertou
seus filhos da fome com mãos calejadas de amor.
Propostas visionárias para uma
advocacia inclusiva
Com genialidade de jurista e
coração abolicionista, Dr. Vasco propõe reformas concretas: programas de
mentoria, estágios remunerados, residência jurídica, e regulamentação ética que
priorize o mérito sobre exames excludentes e máquina caça-níqueis que agora
mirando-se no faturamento da OAB querem estender essa excrescência para a
medicina, utilizando de argumentos pífios, e/ou pusilânimes da suposta baixa de
qualidade das faculdades de medicina.
Ou seja, ao invés de identificar
as falhas do ensino e corrigi-las, preferem os bolsos dos formandos endividados
com Fies, sem direito ao livre exercício profissional da medicina cujo o título
universitário habilita. Moral da história: ao invés de punir o Ministério da
Educação responsável pela autorização e reconhecimento de cursos de péssima
qualidade, preferem punir as vítimas do suposto ensino ruim.
“In casu” recomendo a leitura do
Artigo da minha lavra: Por que os deputados devem rejeitar os PLS 2294 e 3000
de 2024: Exames descabidos e caça-níqueis à moda da OAB para médicos e
dentistas disponível:
https://www.gentedeopiniao.com.br/opiniao/por-que-os-deputados-devem-rejeitar-os-pls-2294-e-3000-de-2024-exames-descabidos-e-caca-niqueis-a-moda-da-oab-para-medicos-e-dentistas
Sua visão de faturamento para a
OAB resgata 600 mil casos cativos, libertando banidos e devolvendo-lhes
protagonismo no foro, no Judiciário e na sociedade. Essa batalha reflete o
espírito de Dona Natalina, que costurava estrelas nos uniformes dos filhos sonhando
com horizontes ilimitados. Hoje, esse legado se transforma: o filho ilustre
tece o tecido da justiça para o Brasil. Candidato forte ao Nobel: o primeiro
brasileiro a alcançar a glória mundial.
Forte candidato a ser o primeiro
brasileiro galardoado com o Prêmio Nobel de Literatura ou Paz, o Dr. Vasco
Vasconcelos personifica a superação da família Vasconcelos. Sua obra vasta, sua
tribuna flamejante e sua cruzada abolicionista contemporânea o projetam ao
panteão mundial, como reconhecimento à luta pelo trabalho digno e pela
liberdade profissional. Mainha, do céu, deve sorrir ao ver o filho que
amamentou ao pé do fogão de lenha costurando agora o manto da história
brasileira.
Não poderia deixar de incluir
também o nome da caçula das mulheres, a Dra. Edilene Vasconcelos Giustini
servidora aposentada do Ministério Público Federal ex-Presidente da Associação
dos Servidores do Ministério Público Federal, que até recentemente foi
Coordenadora-Geral do Conselho dos Cidadãos de Roma-Itália, prestando relevantes
serviços aos nossos patrícios residentes na Itália.
Durante duas gestões, mirando-se
nos ensinamentos de D. Mara Natalina, a Dra. Edilene Vasconcelos, realizou
dezenas de eventos, na Itália, contando sempre com o apoio da Embaixada do
Brasil na Itália, totalizando 07 (sete) anos ancorando esse colendo Conselho.
Como é sabido, o Conselho de
Cidadãos de Roma, foro informal e apolítico de aconselhamento, criado com o
objetivo de aproximar o Consulado-Geral do Brasil em Roma, junto aos cidadãos
brasileiros residentes em sua jurisdição, bem como planejar e implementar
projetos em benefício da comunidade brasileira local, na busca de permitir
intercâmbio de ideias e coleta de informações sobre as necessidades, da
problemática de interesses da nossa comunidade, não obstante, otimizar as
estratégias de prestação de serviços e assistência consular.
Natal: união, reflexão e o
verdadeiro espírito cristão
No Natal, grande festa de
confraternização cristã celebrando o nascimento de Cristo – acolhida por
crenças e culturas do mundo –, respiro alívio pela família unida.
É momento de reflexão,
generosidade e caridade, enfatizando amor, paz e boa vontade entre todos.
Na casa Vasconcelos, o Natal
sempre foi sinônimo de laços fortalecidos, partilha e gratidão.
Hoje, com netos e bisnetos
prosperando, de piloto de companhia aérea, a advogado (a), médica, psicóloga,
arquiteta, enfermeira, optometrista, empresária, (...)
Preciosa aos olhos do Senhor é a
lembrança de quem amamos. Nossa saudosa mainha, D. Natalina Vasconcelos, interceda
por nós no céu e, do alto, inspira nosso caminhar. Feliz Natal, mãe querida, do
céu para a terra. Que Deus a recompense pela sua graça, e que possamos sempre
honrar sua memória com amor e obediência. ❤️
Por Vasco Vasconcelos – escritor,
jurista, jornalista, administrador, compositor e abolicionista contemporâneo –
Brasília-DF
Quinta-feira, 25 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)
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