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Serei candidato: vamos conversar?


“Meu querido e dileto cidadão, não se deixe enganar por falsas promessas de quem nunca teve o desejo de ajudá-lo, pois eu sou a única voz e a única possibilidade que pode lhe indicar o caminho certo. Tenho a certeza de que estão tentando botar tolices na sua cabeça. Não há pessoa mais bem intencionada neste mundo do que eu, seu amigo de todas as horas. Não acredite em conversas de oportunistas nem nas soluções imediatistas. A minha função é dizer-lhe sempre a verdade. À frente do Estado de Rondônia a partir do próximo ano, se assim for o seu desejo e a sua vontade, cumprirei todos os ritos para lhe satisfazer e também à sua família e amigos. Uma vez no poder, não medirei esforços para desviar todo e cada tostão que este povo produzir. Roubarei tudo e todos sem a menor vergonha na cara e para isso aliciarei várias pessoas.”

            “Uma vez no poder, usarei toda a estrutura do Governo para beneficiar apenas aqueles que ajudaram na minha eleição. Distribuirei todos os cargos do Estado para os meus apadrinhados e colegas, mesmo que não tenham a menor competência para seus respectivos exercícios. Se não houver emprego para todos, criarei mais e mais vagas, CDS, assessorias, indicações e outros afins para poder satisfazer aos meus chegados. Concursos públicos, não os farei nenhum e quero distância daquelas pessoas que se mostrarem mais competentes.  O Estado de Rondônia, na minha futura administração, ficará totalmente à minha disposição e da minha família e funcionará como uma extensão da minha casa e das minhas convicções e vontades. Pode ter a absoluta certeza disso. Comigo no poder, ‘o Estado serei eu mesmo’ e todos deverão me obedecer.”

            “Assim que assumir o Poder, mudarei também a função das polícias. A civil ficará ao inteiro dispor do meu Governo e não do Estado ou da sociedade. Perseguirá os meus desafetos políticos inventando dossiês, grampeado inimigos e bisbilhotando suas vidas particulares, mesmo sem autorização judicial para isso. A Polícia Militar perseguirá como nunca aqueles engraçadinhos que resolverem fazer passeatas reivindicando algo. ‘Descerá o cacete’ sem dó nem piedade nos desocupados que se meterem a oposicionistas. Uma vez no poder, meu dileto amigo, roubarei, prevaricarei, desobedecerei a leis, perseguirei, matarei, desviarei verbas, enfim, destruirei o Estado e não temerei nada nem a ninguém, pois se preso for, passarei pouquíssimos dias na cadeia e mesmo assim ainda existem ‘embargos infringentes’ a meu favor.”

            “Criarei quantos ‘Mensalões’ eu quiser sem o menor medo de ser condenado. Farei negociatas e acordos, lícitos ou ilícitos, com qualquer setor da sociedade, para me manter sempre à frente do Poder e me beneficiar do Estado e da sua receita. Criarei contas no exterior para mim e para meus seguidores, subornarei adversários, perseguirei a oposição, comprarei toda a mídia e nada farei em benefício dos pobres e desassistidos e se preciso for mandarei a democracia ‘às favas’. No meu Governo pessoas carentes e funcionário público que se meter a trabalhar serão duramente punidos. Só manterei contato com a Assembleia Legislativa se ganhar algo por fora para isso. Não terminarei nenhuma obra inacabada e ainda iniciarei outras tantas. Com o Poder Judiciário e os Ministérios Públicos não quero nem conversa. Farei sempre um Governo voltado para mim e para os meus interesses particulares. Governando assim, sei que terei total aprovação e aceitação de muitos setores dessa sociedade e da maioria dos eleitores, inclusive você, caro amigo. Eu sou o Professor Nazareno: vamos conversar?.

*É Professor em Porto Velho.

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