Sexta-feira, 6 de junho de 2025 - 13h12

Dos 66 anos que tenho hoje, mais de quarenta e cinco deles
eu trabalhei como professor. Do interior da Paraíba, Estado onde nasci,
passando por João Pessoa, a capital, até Calama no baixo Madeira passando por
Porto Velho, onde me aposentei, tentei repassar meus conhecimentos para ajudar
na formação das futuras gerações. Fui não só professor em sala de aula, mas
também diretor, supervisor escolar e muitas vezes também aluno, já que aprendia
muita coisa todo dia com os meus próprios pupilos. Foram muitas escolas por
onde passei, porém a que me deixou mais saudades, sem nenhuma dúvida, foi a
Escola JBC, João Bento da Costa, situada na zona sul de Porto
Velho. Juntamente com um grupo de professores, nós fundamos ali, no início do
ano 2002, o Projeto Terceirão na escola pública. Trabalhei no JBC até o ano de
2019, quando pedi a minha aposentadoria.
Liderados
pelo professor Suamy Vivecananda Lacerda de Abreu, e que mais tarde viria a ser
Secretário de Educação de Rondônia, esse grupo de educadores queria mostrar, e
até conseguiu em partes, que uma escola pública poderia aprovar tantos alunos
ou até mais do que em uma escola particular. Entenda-se: aprovar estudantes
para qualquer universidade pública ou privada do Brasil. Inicialmente esse
grupo de professores era liderado pelo grande professor Walfredo Tadeu de
História, José de Arimatéia Dantas de Geografia e eu, Professor Nazareno,
ministrando Gramática e também Redação. Com o passar do tempo, vários outros
mestres de renome estadual, se juntaram ao grupo para dar continuidade ao
grandioso trabalho do JBC, que todo ano aprovava centenas de alunos para a UNIR
e também para várias outras universidades espalhadas pelo país. Só sucesso!
Professor
Carlos Moreira, de Literatura, Professor Neyzinho de Matemática, Professora
Heloísa de Gramática e de Redação, Professor Rodrigues de Física, Professora
Soniamar também de Redação, Professora Russi de Biologia, Professor Décio de
Física, a Professora Lady de Espanhol, Professor Fábio Xisto e Professora
Doralice de Inglês, Professora Mônica de Química, Professor Roberto também de
Química e muitos, mas muitos outros grandes professores e grandes mestres que
conseguiram, com muito denodo, competência, determinação e garra provar que “quando
se quer” a coisa pública pode dar certo. Como se esquecer dos
aulões na Ulbra, na FIMCA, na FATEC e na São Lucas? Muitas vezes 600 ou 700
alunos do João Bento eufóricos, cantando e aprendendo? E como esquecer os
aulões com os grandes Sílvio Predis, Rômulo Bolivar e Saulo Boni?
Hoje, já
encostado e em fim de carreira, sinto muita saudade daquela maravilhosa escola.
“A Escola João Bento da Costa é a Rondônia que dá certo”,
eu sempre dizia cheio de otimismo e de alegria. E dava certo mesmo! E a nossa
briga era grande: concorríamos com o poderoso Classe A e com o Colégio
Objetivo, ambos particulares, quase de igual para igual. Como não se
lembrar da aluna Gabriele Veiga, a primeira que passou para Medicina em
uma Universidade pública saindo direto de uma escola também pública? Como não
lembrar os vários alunos que saíram do João Bento da Costa para cursar
Medicina, Engenharia, Letras, Enfermagem, Ciências Contábeis, Economia, Artes,
Biologia, Direito e muitos outros cursos superiores tanto em universidades
particulares como também em públicas? Só no ano de 2015, por exemplo, eu
corrigi, contadas, 15.756 redações de meus alunos. Eu sempre digo que o Terceirão
do JBC é o meu terceiro filho.
*Foi Professor em Porto Velho.
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