Segunda-feira, 12 de novembro de 2012 - 10h05
João Baptista Herkenhoff*
Comemoram-se os aniversários de nascimento mas raramente nos lembramos dos aniversários de morte. Entretanto, como cristãos, seria mais consequente lembrar as datas de partida. Não com pessimismo, tristeza, mas com otimismo, alegria:
“Aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.” (João, cap. 4, vers. 14).
Elizete Sherring Siqueira ascendeu ao encontro com Deus no dia cinco de novembro de 2010. Já se completaram dois anos de sua ausência física deste mundo transitório.
Elizeth recebeu post mortem o Prêmio Dom Luís Gonzaga Fernandes. Tive a alegria de reverenciar sua memória na solenidade em que a láurea foi entregue a seus familiares.
Ela nasceu em Santarém, no Pará. Estudou na Escola de Agronomia da Amazônia, onde se diplomou como Engenheira Agrônoma. Chegou ao Espírito Santo em 1964.
Em 1965 começou sua carreira de técnica do BANDES. Foi responsável pela criação do Programa Estadual Horto Florestal. Graças a sua atuação, dez Hortos Florestais foram então implantados.
Teve participação ativa na formulação e coordenação da política estadual fundiária, quando foram executados os quinze primeiros projetos de Assentamentos de Trabalhadores Rurais Sem Terra no Espírito Santo.
Atuou no Instituto de Pesquisa da Mata Atlântica e no projeto que culminou com a Declaração, pela UNESCO, da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no Espírito Santo.
O espírito ambientalista e a paixão pela Mata Atlântica de Elizete alimentaram, até os últimos momentos de sua vida, a ousadia e o entusiasmo.
Pela sua presença marcante no Mosteiro Zen Morro da Vargem, parte de suas cinzas foram lá depositadas.
O trabalho e a vida exemplar de Elizete não deve ser conhecida apenas pelos capixabas. Ela foi sobretudo uma ambientalista e o Ambientalismo é um sonho universal.
A vocação de Elizete para as causas do bem comum brotaram na sua alma juvenil, pois já no início da década de 1960 militava no movimento estudantil universitário, na Juventude Universitária Católica/JUC e no MEB/Movimento de Educação de Base.
Como Betinho, o Profeta contra a Fome, Elizete forjou seu compromisso politico-social em movimentos de Igreja, a Igreja Libertadora, a Igreja comprometida com a Justiça Social, a Igreja que ausculta o gemido dos pobres, a Igreja que comparece na mesa dos ricos, não para participar dos seus banquetes, mas para puxar a orelha deles, pedir que se convertam e apoiem as grandes transformações sociais.
*João Baptista Herkenhoff é professor da Faculdade Estácio de Sá do Espírito Santo e escritor. E-mail: jbherkenhoff@uol.com.br Homepage: www.jbherkenhoff.com.br Autor, dentre outros livros, de: Curso de Direitos Humanos (Editora Santuário, Aparecida, SP).
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