Quinta-feira, 11 de dezembro de 2014 - 10h02
Professor Nazareno*
Quase todos os brasileiros sabem que o nome do nosso Estado é Rondônia, embora muitos ainda o confundam com Roraima. Essa confusão se dá pelo desconhecimento da Geografia ou por causa da pouca ou nenhuma importância que temos a nível nacional. Claro que Rondônia é uma homenagem ao Marechal Cândido Rondon do Mato Grosso, que de início estranhamente não aceitou emprestar seu nome a este lugar. Mas poderia ser Roubônia por causa dos roubos contínuos e sistemáticos que se praticam contra o Erário desde muitos anos. Outro nome bem sugestivo poderia ser Banânia, já que a maioria dos habitantes daqui se deixa roubar sem dar um único pio. Já que em matéria de consciência política somos uns bananas mesmo, outros nomes seriam Beiradolândia ou Beiradópolis. Se fôssemos um país, seria República Beiradeira.
Outro dia estava em São Paulo, onde os ataques ao Erário também são muito comuns, e o sujeito da portaria do hotel se benzeu ao ouvir falar o nome Rondônia. Poderia ter-lhe exigido respeito, mas quando me lembrei das inúmeras operações da Polícia Federal e do Ministério Público contra as autoridades daqui, resolvi engolir em seco aquela inconveniente verdade. Poderia ter-lhe dito uns impropérios, ter-lhe chamado para a porrada, mas o certo é que tenho vergonha de dizer que moro há quase quarenta anos no Estado onde os políticos mais roubam no país. Inutilmente procuro na mente se existe, dentre as 27 unidades da Federação, uma em que os ataques ao dinheiro público sejam tão constantes e frequentes quanto aqui. Por isso, entendi por que o nome Rondônia é hoje sinônimo de ladroagem. “Bebeu água do Madeira, vira corrupto”.
Rondônia em termos políticos é um lugar amaldiçoado. Com uma área territorial semelhante a todo o Reino Unido e uma população minúscula de pouco menos de dois milhões de pessoas, situado entre dois biomas reconhecidos mundialmente, com farturas na agropecuária, recursos hídricos quase infinitos, rica fauna, flora exuberante e abundantes terras férteis, este lugar tem sido saqueado sem dó nem piedade por seus administradores. Isso aqui era para ser um paraíso na terra. Sua capital é uma cidade destroçada pior do que Hiroxima depois da bomba atômica. Nada aqui parece funcionar. A ponte não tem iluminação, o teatro não tem alvará, o trânsito é caótico, os hospitais públicos e até os particulares estão caindo aos pedaços, os viadutos jamais serão terminados, a lama, a poeira, a violência, a corrupção e a roubalheira já viraram rotina.
Se colocássemos outro nome neste Estado, talvez as coisas mudassem um pouco para melhor. Até o seu hino, Céus de Rondônia, é uma grande mentira. Não somos “sentinelas avançadas” muito menos “destemidos pioneiros”. Somos um bando de beiradeiros e matutos que acomodados e acovardados vemos, ano após ano, o dinheiro dos nossos impostos e toda a riqueza que produzimos serem roubados e saqueados por maus políticos e não esboçamos nenhuma reação. Ao contrário, sempre elegemos e aplaudimos essa gente que tanto denigre a imagem deste sofrido rincão. O único recanto de lazer de Porto Velho, o Espaço Alternativo, virou “beiju de caco” assim como outras obras. A cadela da corrupção está sempre no cio por aqui, terra de garimpo. Devíamos encomendar sal grosso para dar um banho no Estado inteiro e principalmente na capital, mas nem mar temos. O jeito é esperar pela chuva de bosta que qualquer dia cairá.
*É Professor em Porto Velho.
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