Quinta-feira, 16 de novembro de 2017 - 08h02
Michel Temer já disse que não ligava para a própria impopularidade. Ontem, fez uma afirmação inaceitável:
– Se não prestigiarmos certos princípios constitucionais, nossa tendência é caminhar para o autoritarismo. Nós brasileiros temos tendência para a centralização -, disse ele, na quarta-feira, 15 de novembro, ano 128 da República.
Alvo de uma rejeição popular que é recorde histórico, Temer esconde atrás de um sujeito coletivo ("nós, brasileiros") as próprias responsabilidades pela tragédia na qual mergulhou o Brasil e os brasileiros.
Não custa lembrar que foram Temer, Eduardo Cunha & Cia que não "prestigiaram certos princípios constitucionais", encaminhando um golpe de Estado contra uma presidente eleita, sem que se apontasse um crime de responsabilidade.
A seguir Temer traiu o programa de governo que garantiu os votos da chapa na qual era vice. Hoje só se mantém no cargo pela clássica barganha de verbas + empregos por votos no Congresso -- o que não deixa de ser uma forma autoritária, ilegítima, de preservação do próprio poder. Em outubro, fingiu que não ouviu a escabrosa palestra do general Mourão numa reunião da maçonaria, na qual informou aos interessados que uma intervenção militar estava a caminho, calculada como se fosse uma taboa de logaritmos.
O ponto é que, apesar do esforço incansável de Temer para desmoralizar as instituições democráticas, o brasileiro permanece firme em suas convicções históricas. Nada menos que 83% querem eleições diretas para tirar o país da crise, informa a pesquisa mais recente do DataFolha, de junho. Entre eles, 37% pretendem votar em Lula.
Trata-se de uma demonstração enfática de apego a democracia -- ainda mais quando se recorda os ataques que tem sofrido em tempos recentes.
O problema real, o mais grave, é outro. Quando fala que "nossa tendência é caminhar para o autoritarismo", Temer não está se referindo ao passado, mas ao futuro. Um presidente não faz pronunciamentos acadêmicos nem trava lutas eruditas. Quer afirmar e sugerir, quem sabe experimentar. Não vamos nos enganar. O alvo do autoritarismo é a candidatura de Lula. Alguma dúvida?
Votação do IOF expôs fragilidade da base do governo Lula no Congresso
Quarta-feira (25), o Congresso impôs mais uma derrota ao governo do presidente Lula derrubando o Decreto que aumentava o IOF. O governo perdeu mais
Roubalheira no INSS -apenas mais um escândalo
O esquema que desviou bilhões de reais de contas de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) foi apenas mais um
O Congresso é culpa do eleitor
O Congresso Nacional do Brasil é, óbvio, o Poder Legislativo e é composto por 513 deputados federais e pelos 81 senadores da República. Es
O Eros e a Busca da Integridade: Entre o Mito e o Sagrado
Em Diálogo com Platão, Jung e a Trindade num Contexto do Sexo como Ritual sagrado A humanidade é um rio que corre entre duas margens: a espiritualid