Segunda-feira, 10 de junho de 2013 - 08h05
Por Humberto Pinho da Silva
Nem sempre o anexim é exacto, quantas vezes, por muito trabucar, é que nunca se passa, como diz o povo: da cepa torta.
Convivi, nos meus tempos liceais, com filho de modesto lavrador, que em menino, todos os dias - fizesse sol ou chuva, - acompanhava os irmãos, nas tarefas campestres.
Enquanto rasgavam sucos na terra parda, para a água irrigar a viçosa horta, o preguiçoso, permanecia, cantarolando, de papo para o ar, apanhando sol ou jogando pedrinhas.
Bem lhe ralhava, o pai, ameaçando-o com severos castigos, e não poucas vezes, pedia auxilio à sibata e ao cinto de celeiro, na esperança que fossem milagreiros.
Desesperado, após confidenciar com a mulher, assentou enviá-lo para a cidade, como marçano, na lojinha do primo.
Poucos dias decorreram, quando recebeu carta, dizendo que o mocinho era desobediente e nada queria fazer.
Lembraram-se, a conselho do Sr. Abade, matricula-lo no liceu. Ao interrogá-lo, respondeu: que sim, se não houvesse a palmatória, que tanto trabalhara na “primária”.
Preguiçando, estudando em cima dos exames, copiando e colando aqui e ali, completou o curso.
Tornou-se abastado advogado, enquanto os irmãos, por serem trabalhadores, terminaram a velhice a labutar a terra, como modestíssimos agricultores.
Outro assunto; mesmo tema:
Nos anos cinquenta, meu pai, conheceu religiosa, muito risonha, de olhinhos vivos e gaiatos, que cavaqueando, confidenciou-lhe:
- “ Fui mulher de limpeza num hospital dirigido pelas Irmãs Hospitaleiras. Diziam-me: “ Altina, limpe aqui! Altina, precisa de ter mais cuidado! Os médicos eram mais duros: “ Altina, parece que tem ovos debaixo dos braços! Altina, quer que me queixe à madre superiora!? Agora, que sou freira, tratam-me carinhosamente por irmã, e até o Sr. director, beija-me respeitosamente, a mão!”
Outra história, não menos curiosa:
Décadas a traz, havia em terras transmontanas, freira que passava as férias na aldeia natal. Ao perguntarem-lhe se gostava da vida religiosa, prontamente respondia, muito espevitada:
- “Aqui na aldeia tinha que levantar-me de madrugada para apanhar azeitona, em pleno Inverno. Mondava até quebrar a espinha e ceifava até o suor cair em bica. Agora tenho criadas para os serviços pesados…”
Mais outra, não menos interessante:
Com a chegada da democracia a Portugal, chegaram pastores evangélicos, com mulher e filhos.
Quase todos levavam vida folgada. Os crentes murmuravam, em surdina, que auferiam salários principescos.
Jovens, constatando que era menos penoso ser pastor do que padre, tiveram súbitas “ conversões” e “vocações”, na esperança de vida melhor, do que lavrar terra e trabalhar na oficina.
Pobre diabo – salvo seja! - de S. Mamede Infestas, que percorreu seis denominações e terminara em pequeníssima garagem, com meia dúzia de fieis, lamentava-se, com pontinha de inveja, que cozinheiro afortunado, tornou-se pastor e ganhava seis contos mensais! - e com largo gesto desanimador, rematou: limpinhos! …limpinhos! …
Com isto termino, dizendo, embora pareça paradoxo, que quem muito se afadiga, nem sempre tem sorte, já que esta permeia, quantas vezes, quem não gosta de trabucar.
Bem diz o nosso povo: ninguém chega a rico, trabalhando..
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