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Que país é esse?


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Tornou-se comum, no Brasil, admitir que, se alguém rouba ou mata, ao invés de ser justiçado exemplarmente, passa a ser endeusado e imitado. É como se algumas pessoas houvessem incorporado à sua conduta a crença de que “se eu não roubar, vem outro e rouba, e nada acontecerá,” ou, então, “se eu matar, logo estarei livre, leve e solto, beneficiado que serei pelas brechas de uma legislação penal arcaica, que mais parece um queijo suíço”. E de quem é a culpa? Isso, mesmo, acertou quem respondeu da classe política, com assento no Congresso Nacional, que não move um palito de fósforo riscado para avançar no sentido das mudanças reclamadas pela sociedade. 

Não há nada pior para o sentimento de cidadania do que conduta que se inspiram nos dois enunciados acima. Mas é exatamente isso o que se tem visto no Brasil. Acusações, muitas delas sobejamente provadas e comprovadas, levaram um ex-presidente a passar uma curta temporada na cadeira, acusado de arquitetar e ser o principal beneficiário do maior esquema de corrupção mundial. Tempos depois, o cidadão ganhou a liberdade, e meses de criteriosa e responsável investigação simplesmente foram jogados na lata do lixo. Hoje, bate no peito e fala que é o homem mais honesto do mundo. E muita gente o aplaude. Enciumada, uma mulher matou o marido com um tiro na cabeça, cortou o corpo e colocou em malas, e as espalhou pela mata. Condenada a 19 anos e 11 meses, ficou 10 anos na prisão, saiu e, hoje, virou celebridade, com direito a seguidores nas redes sociais. 

E o que dizer da jovem classe média alta, moradora do interior de São Paulo, que, mancomunada com o namorado e o irmão dele, planejou a morte dos pais dentro da própria casa? Condenada a trinta e nove anos, ficou uma temporada atrás das grades, ganhou a liberdade, e, hoje, desfila de um lado para outro, tranquilamente, como se nada tivesse acontecido. A tragédia virou inclusive roteiro de um filme. Vivemos ou não vivemos em um país marcado pela completa inversão de valores? Que pais é esse?

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