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Qual a Rondônia deixada de herança pelos atuais políticos?


João Serra Cipriano

Não tive o privilegio de ter nascido nas paradas do poente, e fui trazido pelos meus pais no ano de 1975 para o então território de Rondônia e nos instalamos na região do Café, onde hoje estão os municípios de Cacoal, Rolim de Moura e Ministro Andreazza. Ousei sair, ousei aventurar novas experiências de modelo de “Estado” e “Cidades”. Fui um aventureiro nato, buscando nestes quase 35 anos, por três períodos me ausentar do Estado para lançar olhos para os estados da Bahia, Paraná, Mato Grosso do Sul e aqui o Distrito Federal, agora, em um exilo quase forçado, para tratamento médico, cuja alta clínica espero ser agraciado o mais breve possível, pela graça de Deus e pelas mãos desses abençoados médicos (a) e se possível, retornar ao Eldorado do Norte.

Apesar das circunstâncias que me levaram a me ausentar da nossa terra das grandes esperanças sociais e exemplo mundial de assentamento agrícola, com mais de 100 mil famílias agraciadas com seus módulos familiares de 21 e 42 hectares, com as devidas críticas a parte, acabo levando certa vantagem ao fazer as avaliações do “progresso de Rondônia”, justamente por trazer os exemplos por mim vivenciados no nordeste brasileiro e aqui no centro oeste. Enquanto a nossa classe política do eixo da BR-364, depositaram todas as suas cartas nas obras das Usinas do Madeira, as demais regiões correram atrás das grandes infraestruturas, da duplicação de suas rodovias, portos mais modernos e a instalação de grandes indústrias, lançando mãos dos vultosos recursos do BNDES para também construir grandes empreendimentos do agronegócio e do reflorestamento, trazendo um progresso mais sustentável a médio e longo prazo.

Que as novas matrizes energéticas serão base para num futuro próximo, Rondônia atrair tais empreendimentos sendo implantados Brasil a fora, isso certamente será importante e fará a diferença, porém, infelizmente não vislumbro em Rondônia uma equipe de técnicos voltados para alicerçar um planejamento estratégico tático de novas logísticas e infraestruturas e muito menos, compromissos e gestão da atual classe política. Acompanho apenas ladainhas dos caciques tentando atrair a massa de eleitores, tentando arrebanhar votos futuros, sem apresentar projetos e propostas consolidadas. “Esses atuais senadores mandam no Brasil através de suas legendas e são base governamental do governo DILMA-PT”.

Olham que em nossa classe política contemplamos ex-governadores, ex-senadores, ex-ministros e pessoas com poder econômico acima da média das classes dominantes do Brasil. Em se tratando de qualidades profissionais e empresarias, os nossos senadores possuem qualidades positivas também acima da média nacional. Porém, assistimos grupos e pessoas fazendo um jogo de apontar erros e apesar de estarem na elite do Congresso Nacional e das grandes legendas partidárias, com voz e voto capaz de agirem em benefício do futuro de Rondônia, agem como se tais atributos são obrigações única e exclusivamente do atual governador. Vejo homens públicos mais preocupados em defender os seus grandes interesses e de seus grupos empresariais, do que na prática, apresentando propostas concretas voltadas para atrair os recursos federais para a modernização das nossas infraestruturas. “Talentos e forças políticas sendo desperdiçadas lá no Congresso e o tempo não costuma perdoar o “Estado”, cujos seus líderes negligenciam as oportunidades e os momentos”.

Debater idéias e defender posições de suas legendas partidárias é plenamente aceitável num jogo democrático. Agora, deveria ser honrando que essas elites, em determinado momento, realmente por amor ao estado de Rondônia, por compromissos sérios pelo progresso e bem estar dos 52 municípios rondonienses, abaixassem o tom dos discursos meramente eleitoreiros e sentassem como pessoas humildes e civilizadas para elaborar uma agenda positiva, visando usar os seus mandatos de senadores da república, de membros da base aliada da atual presidente Dilma-PT, para fazerem o jogo político voltado para as grandes obras e a construção de um sólido parque industrial, gasoduto da bacia petrolífera de Urucu e quem sabe, forçar a Petrobras a instalar um pólo-petroquímico em nosso Estado, tirando a nossa eterna dependência de combustíveis de Manaus.

É preciso que a nossa “elite política” olhe o Estado com mais compromissos sociais e menos interesses pessoais e de seus grupos empresariais, dando respostas claras e objetivas as grandes mazelas de falta de saneamento básico, falta de água tratada, falta de novas frentes de emprego e renda, falta de uma saúde pública com um mínimo de decência e humanidade, falta de salários dignos as servidores Estaduais e principalmente aos servidores municipais, cujos ganhos, não chegam a dois salários mínimos. Essas questões sociais são deveres e obrigações de todos os políticos e principalmente dos nossos Congressistas que possuem o precioso voto que a senhora Dilma-PT implora lá em Brasília. É preciso que haja civilidade política e uma agenda positiva de conquistas para serem defendidas lá na Casa Civil do governo federal, para que o progresso do futuro seja pensado em favor da coletividade.

Caso a bancada federal rondoniense não abaixe o tom dos discursos e das ofensas, caso não aceite elaborar uma agenda positiva de recursos federais, caso os nossos senadores não acorde para as nossas crescentes mazelas sociais e total desequilíbrio das contas dos pequenos municípios do interior; Primeiro, de nada adiantou mandar “figurões”, grandes empresários ou presidente de grandes legendas para o senado; Segundo, os novos prefeitos assumirão logo em 2013 as 52 prefeituras completamente falidas e sem quaisquer condições de dar as respostas sociais que os cidadãos esperam e por fim, essa atual classe política dominante no estado de Rondônia, haverá de deixar uma herança de grandes frustrações.

O momento ainda é mais que positivo para o nosso Estado, levando em conta as obras das Usinas do Madeira e a forte vocação agrícola da pecuária, do café, do extrativismo e da nossa hidrovia, porém, lançamos nas ruas, todos os anos mais de cinco mil jovens universitários com seus diplomas nas mãos, buscando novas oportunidades de trabalho qualificado e a nossa classe política e o próprio governo do estado não acompanham com planejamento futuro tais necessidades dessa “Nova Rondônia”. “Esse jogo dos discursos inflamado mais atrapalha e em nada contribui para a construção do “progresso” que haveremos de conquistar, pois, quem conhece a alma dos rondonienses, sabe que foi moldada para vencer, mesmo com as grandes adversidades, basta vivenciar os exemplos positivos trazidos pelos pioneiros, a nossa potência e força agrícola”.

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