Quinta-feira, 1 de outubro de 2015 - 06h29
Professor Nazareno*
“Sou uma velha rapariga com 101 anos. Nasci no dia 02 de outubro de 1914 e meu destino sempre foi o sofrimento e a agonia. Explorada por todos, vim por acaso ao mundo. Dizem abertamente que o meu nascimento foi no lugar errado e distante pelo menos sete quilômetros de onde deveria ter sido. Ninguém sabe o porquê do meu nome. Não tenho História definida e a minha existência foi só para agradar e servir aos interesses alheios. Praticamente não tenho nenhum filho ilustre, embora muitos digam hipocritamente que são meus filhos de coração, mas quando me abandonam nunca mais
me procuram, adotam outras mães mais acolhedoras. Muito nova para uns, e por isso sem estrutura nenhuma e velha demais e totalmente acabada para outros, sigo a minha triste rotina de dor e abandono. A cada ano que passa a minha decadência só aumenta.”
“Parece até uma praga, um tipo de castigo eterno. Todos os lugares do mundo se desenvolvem e ficam melhores e mais bonitos à medida que o tempo passa. São muitas as conhecidas minhas, que muito mais novas do que eu são mais bem cuidadas. Nunca entendi por que fazem isto comigo. Há trinta ou quarenta anos eu era muito mais moderna e mais aconchegante do que hoje. Não tenho árvores, não tenho flores, não tenho praças, não tenho áreas verdes, não tenho recantos de lazer. Lixo, ratos, urubus e sujeira fazem parte da minha imunda paisagem. Água contaminada de esgotos podres lava minhas ruas e exalam a podridão. Minha pouca cobertura vegetal desaparece com o tempo. O calor infernal é rotina. No verão, fumaça e poeira invadem meu já dilacerado organismo e contaminam tudo. No inverno, são as alagações que me atormentam.”
“Sou violentada, espezinhada e estuprada cotidianamente e ainda sou obrigada a pagar o preservativo. E ninguém tem dó de mim. Lei Maria da Penha nem nenhuma outra lei existem para me defender. O Poder Público parece compactuar com a minha desgraça. Minhas veias estão entupidas e meu corpo sangra sem piedade. Sou depósito de lixo e de outras imundícies. Minhas ruas e avenidas são sujas, esburacadas e enlameadas. Perdi meus poucos igarapés, que foram transformados em esgotos imundos e fedorentos. Coalharam as minhas ruas com obras infames e imprestáveis: é ponte escura, é Espaço Alternativo abandonado, são viadutos inacabados. Nada tenho de belo que me identifique. O rio Madeira, meu amigo e companheiro, foi igualmente estuprado e sangra como eu. A bela floresta amazônica, que me rodeia, chora e sofre igual a mim.”
“Não entendo por que tantas pessoas brigam entre si para tomar conta do meu destino. Não entendo por que os que se dizem meus filhos permitem tamanha injustiça. Por que minhas crias nunca quiseram tomar conta de mim e sempre me entregaram de mão beijada para os forasteiros? É por que têm desejo de ver o meu sofrimento e a minha angústia? Qual o porquê de tanta ambição? Já enriqueci muita gente e ninguém nunca me administrou corretamente. É cada prefeito pior que o outro. Chegam, exploram-me à vontade e vão embora. Será que sou um puteiro amaldiçoado? Nunca tive qualidade de vida. Vejam a situação da minha rodoviária. Ninguém me visita, pois as passagens são as mais caras do Brasil. Até a empresa licitada para melhorar a minha mobilidade urbana desistiu de mim. Por que estou desse jeito? Por que não mudam o meu nome e não me tiram a condição de capital? Até quando serei a latrina do Brasil?”
Obras paradas do ginásio de esportes Claudio Coutinho
*É Professor em Porto Velho.
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