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PRIORIDADE ERRADA


A sociedade brasileira precisa estabelecer critérios bem objetivos para
defender seus valores e definitivamente não aceitar mais a omissão das
autoridades quando deveriam agir e não aceitar mais ações que firam todos,
por mais insensível que seja.

O escândalo da vez, título de um texto sobre o SIVAM, é a notícia do jornal
O Globo de 28 de novembro de 2006 do repasse de 260 (duzentos e sessenta
milhões de reais) para mais uma reforma do Poder Judiciário. E o pior, essa
montanha de dinheiro será destinada apenas à construção ou reforma de
prédios.

Com certeza absoluta, não é por falta de prédio e de instalações que a
Justiça brasileira não funciona, e quando funciona, é a passo de tartaruga.
Um exemplo recente do escárnio foi o recebimento de uma denúncia contra
Jader barbalho após 18 anos. O fato ocorreu no ano que minha filha nasceu e
ela já está na faculdade. Só no Brasil um acinte destes não merece uma
repulsa imediata das instituições e dos formadores de opinião. A mesma coisa
seria a notícia de quase trezentos milhões para suntuosos prédios sem nenhum
contra-argumento, se não seria mais úteis se aplicados na criação do tal
banco de dados nacional para registrar os nomes dos criminosos condenados e
até mesmo na informatização universal do Judiciário.

Questionar quantas bibliotecas seriam construídas com esse dinheiro, já que
75% das escolas brasileiras não possuem; quantos computadores seriam
colocados em centro de treinamento de jovens; quantos centros esportivos
comunitários seriam construídos; quantas favelas deixariam de existir com a
construção de casas populares. Nada disso ao menos é questionado quando uma
montanha de dinheiro vai para destinação completamente supérflua de
construção de prédios.

Tem se tornado abusiva a cantilena das autoridades do Poder Judiciário e
todas correlacionadas em colocar a responsabilidade apenas em questões
materiais. A imprensa se cala; os rádios e televisões apenas narram e não
debatem nada. Uma mudança de postura subjetiva se faz necessária. Aprimorar
os serviços e cobrar mais agilidade e aprimoramento técnico dos servidores.
Firmar convênios com as instituições de ensino superior para que todos os
alunos dos últimos anos façam estágio prático nos fóruns.

Culpar apenas e sempre os parlamentares pela quantidade de recursos torna-se
ingênuo, vez que são os principais beneficiários com processos sem
julgamento. Fundamental seriam todas as instâncias julgarem com celeridade.
Processos sendo julgados depois de décadas, por si, já é uma tremenda
injustiça. E a solução cabe às autoridades, não aos cidadãos comuns. Essa
morosidade vergonhosa precisa de um basta! E não será solucionada pela
quantidade ou tamanho de prédios. Centenas de milhões apenas para construir
gabinetes gigantes sem nenhum benefício à sociedade, decisivamente é um
desperdício.

Pedro Cardoso da Costa - Bel. Direito

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