Domingo, 14 de fevereiro de 2021 - 09h20
A história
mundial está repleta de exemplos de autoridades públicas e políticos que, fisgados
em ilicitudes, preferiram deixar o poder ou meter uma bala na cabeça a ter que
enfrentar o desprezo popular. Só isso seria capaz de explicar por que são
diametralmente opostas as condutas de homens públicos, conforme a nação em que
eles atuam.
No Brasil, porém,
há exemplos de dirigentes públicos, acusados de crimes que, talvez sem a mesma
gravidade, levaram governantes europeus ao suicídio. Não se trata de acusações
próprias ao exagero com que se participa de campanhas eleitorais. Há casos de
denúncias devidamente comprovadas, com farta documentação, resultado de
criteriosa investigação, sem que o sacrifício do incriminado tenha ocorrido na
mesma proporção dos delitos cometidos. Em vez disso, o cidadão foi blindado com
sentença que afronta a mais mediana das inteligências, ou alçado a posto de
mando no serviço público, ou, então, contemplado com uma polpuda aposentadoria.
Talvez, por
isso mesmo, ainda se ouve de alguns, com muita frequência, que, no Brasil,
cadeia foi feita para negros, pobres e prostitutas. Aos outros, ricos e tidos
como intocáveis, moralmente, só são atribuídos os favores da lei. Reflita-se a
respeito do que ocorreu em outras latitudes, comparem-se as condutas de
autoridades e homens públicos de lá e de cá. Certamente, não seremos envolvidos
por nenhum sentimento edificante.
Só suas excelências não veem o caos
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