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Opinião: Por uma gestão mais eficaz do uso da água


 
Ontem comemoramos o Dia Mundial da Água. Uma data, que por sinal, deveria ser celebrada todos os dias. Afinal de contas, utilizamos água em praticamente todos os processos produtivos, agrícolas ou industriais, bem como para o transporte, para o lazer, e uma infinidade de outras atividades de nosso dia-a-dia. Usar a água é um processo tão natural que muitas vezes não nos damos conta de sua importância. E, talvez por isso, acabamos por não cuidar da água da maneira adequada para que ela continue disponível em quantidade e qualidade para todos os usos.

O tema proposto pela ONU para o Dia Mundial da Água deste ano é “ÁGUA PARA AS CIDADES – respondendo ao desafio urbano”. De fato, o crescimento urbano, resultado da modernidade e do modelo de desenvolvimento predominante, tem gerado um grande impacto sobre os corpos de água. Muito maior do que o impacto atribuído aos agricultores no meio rural.

Esta é a primeira vez na história da humanidade que a maioria da população mundial vive nas cidades. E a paisagem urbana continua a crescer, sendo que 38% do crescimento nas cidades brasileiras, segundo dados do IBGE, é representado pela expansão das favelas. Isso ocorre porque a população nos centros urbanos cresce mais rápido do que a infraestrutura necessária, inclusive a de saneamento básico, abrangendo os serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto e do lixo, bem como o escoamento das águas pluviais.

Esse crescimento da população urbana esconde um outro problema crônico do sistema econômico e político brasileiro, que é o êxodo rural. A migração de pessoas do campo para a cidade é uma tendência mundial, mas no Brasil ganha contornos dramáticos na medida em que as cidades não estão preparadas para receber esse contingente de pessoas, que acabam engrossando as favelas e ampliando os problemas urbanos.

Esse problema ocorre atualmente em Porto Velho, a capital do estado de Rondônia, onde mais de 100 mil pessoas aportaram nos dois últimos anos. Muitas delas saíram da área rural de diversos estados brasileiros e enfrentam nas periferias da capital rondoniense a falta de água e de esgotamento sanitário. Estão expostas aos vetores de doenças e engrossam as filas no sistema público de Saúde. É dessa forma precária e sem infraestrutura que o estado de Rondônia, que surgiu de um projeto nacional de colonização e reforma agrária e com uma vocação eminentemente rural, conhece hoje todos os problemas urbanos, concentrados em grandes pólos regionais como Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes, Cacoal e Vilhena.

A falta de saneamento não é uma exclusividade das cidades rondonienses ou do Norte do país. O estado de Santa Catarina, que tem municípios com os melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do País, possui o menor índice de coleta e tratamento de esgoto, atrás inclusive do meu estado de Rondônia. A nossa capital Porto Velho, por sinal, senhores senadores, está realizando maiores obras de saneamento do país, que pretende universalizar a distribuição de água e tratamento do esgoto, com investimentos da ordem de R$ 700 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.

Fonte: Senador Acir Gurgacz (PDT-RO
 

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