Segunda-feira, 6 de setembro de 2010 - 14h05

Acir Gurgacz
Recebi uma crítica de um professor, um cidadão que mora no Nordeste brasileiro, acerca de um pronunciamento que fiz no plenário do Senado Federal. O texto em questão foi aquele no qual defendi a volta das disciplinas Organização Social e Política Brasileira, conhecida como OSPB, e Educação, Moral e Cívica. O crítico se justifica alegando que tais matérias escolares eram fruto da Ditadura Militar, e, logo, seriam perigosas para a nossa sociedade. Vejo, então, que cabe uma explanação.
Em primeiro lugar, as disciplinas, como citei no pronunciamento, são datadas de 1961, portanto, na época do presidente João Goulart, o Jango. Logo, antes da Ditadura Militar. Em segundo lugar, posso concordar com o professor que fez a crítica no tocante ao fato de os militares terem alterado o conteúdo da disciplina. Mas se esse foi o motivo de retirar as duas disciplinas da grade curricular de nossos estudantes, tenho que lembrar que a Ditadura também alterou outras disciplinas, como até mesmo História e Geografia. Desta forma, seria correto cortar também essas duas matérias?
Não. O certo teria sido recuperar o propósito inicial de OSPB e Educação, Moral e Cívica, mantendo as duas fontes de informação e conhecimento para nossos estudantes. Pois, afinal de contas, a Ditadura Militar veio e se foi, mas o país continua contando com uma organização social e política, não é verdade? Então por que não devemos falar sobre ela? Por que nossos estudantes não devem aprender como o país funciona ou deveria funcionar? Precisam eles ignorar a estrutura de nosso Estado, tornando-se incapazes de criticar com conhecimento algo do qual eles possam discordar?
Acredito realmente que um processo democrático pode conviver perfeitamente com o ufanismo e o amor à Pátria. A crítica gratuita aos nossos valores nacionais de nada adianta ao nosso país. Algumas cidades do Brasil ainda estão voltando somente agora a executar o Hino Nacional e a participar do desfile do Sete de Setembro, devido a sentimentos amargos para com o passado, que ainda perduram. Isso ajudou em alguma coisa o país? Não. Muito pelo contrário. Uma nação de individualistas, que não conseguem aceitar os valores de Pátria, de País, um alvo fácil para a corrupção e a desagregação da sociedade como um todo, desde a família até os círculos mais amplos.
Falei já aqui que não há herança mais valiosa para deixar a nossos filhos do que um país justo e cheio de oportunidades. Um país que retribua o amor de seu povo. O Brasil, infelizmente, ainda não é esse país, e a culpa é de todos nós. Um país como esse que desejo para os nossos filhos e netos é um Brasil que garanta saúde, educação e moradia para todos. Que garanta uma vida digna, os confortos da modernidade, que permita o acesso ao emprego, cultura e ao lazer, para todos os cidadãos, e não apenas para alguns.
Para conseguir isso, precisamos que tenhamos todos nós consciência de que o país é de cada brasileiro, e não apenas de alguns. Precisamos de um país porque ele é nossa casa, nosso conjunto de regras que permite que a vida corra bem em sociedade. Somos nós que temos que escolher como será esse país. Mas não conseguiremos fazer isso sem saber como ele funciona, e sem termos por ele respeito e admiração.
Fonte: Ascom
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