Terça-feira, 31 de agosto de 2010 - 06h38
As chuvas de ontem apenas atenuaram a longa estiagem e nem a fumaça sumiu. E a tendência é o cenário continuar o mesmo nos estados de Rondônia, Acre, Pará, Mato Grosso e Amazonas. A Amazônia esta ardendo em chamas desde julho. A longa estiagem fomentou as queimadas e grossas camadas de fumaça tomaram conta de cidades como Porto Velho, Rio Branco, Cuiabá, além de Manaus que credita a fumaça recebida os vizinhos, Rondônia e Acre, embora seu entorno também estivesse envolto pelo fogaréu.
Durante todo mês de agosto a situação se agravou. A fumaça prejudicava a visibilidade nas estradas, nas hidrovias e nos aeroportos. A cidade de Porto Velho, com seus 450.000 habitantes era uma das mais atingidas e a qualidade do ar foi considerada pior que a de São Paulo, o nucleio urbano mais poluído pelo monóxido de carbono, expelido pela sua gigantesca frota de carros, a maior do país.
Um cenário dantesco, pois com a estiagem também foram reduzidos os mananciais de água, secando os poços caseiros na capital de Rondônia. Milhares de pessoas se socorreram, buscando água, com latas na cabeça, onde fosse possível, como se faz no agreste nordestino. Tudo isso, ao lado do Rio Madeira, um dos maiores do Brasil.
Com o clima seco a fumaça se propagou. Algumas regiões do estado, como o Cone Sul, onde esta localizada Vilhena, a 700 quilômetros da captial, ainda surgiu mais um agravante: a população de quase 100 mil habitantes recebia a fumaça da Bolívia, cujas queimadas ardem à porção amazônica do vizinho país. O vento soprava a fumaça em direção ao cone sul rondoniense, tornando uma situação insustentável.
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E não bastasse a fumaça boliviana, ao sul do estado, o norte rondoniense recebeu neste verão, a fumaça gerada pelo do sul do Amazonas, sendo Porto Velho a cidade mais atingida. O Rio Madeira, com quase dois quilômetros de largura, teve sua navegação prejudicada pela falta de visibilidade. Balsas e embarcações encalharam também face à drástica queda no nível de suas águas. ´
Como conseqüências das grossas camadas de fumaça, explodiram as doenças respiratórias em toda região amazônica. A concentração de monóxico de carbono foi medida e considerada acima do normal pelo menos 10 vezes do que é fixado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A fauna Amazônica e a biodiversidade pagam um alto preço. Há registros de mortandade de pássaros: os animais sofrem com a falta de oxigênio no ar e com os gases tóxicos liberados pelo fogo. Um cenário que se repete em todos os lugares atingidos por uma seca rigorosa que a crendice popular atribuiu a castigos divinos e os cientistas tendem a atribuir ao descuido humano com o meio ambiente.
Fonte: Carlos Sperança - csperanca@enter-net.com.br
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