Quarta-feira, 16 de março de 2011 - 21h55
A terra, dentro do contexto dos astros, possui dimensões muito modestas. Até pobres. Não passa de um grão de areia diante do tamanho ciclópico de algumas estrelas, ou, pior ainda, diante do tamanho das galáxias. Mas como a história do big bang nos leva a concluir, todo o universo é antrópico. Isso é, desde o primeiro bilionésimo de segundo as coisas foram se direcionando, para que como término da obra da criação aparecesse o ser humano, o topo da criação visível. Para que a vida, em sua constituição mais complexa, pudesse aparecer, fez-se necessário um hábitat, uma casa, onde toda a vida vegetal e animal pudesse se estabelecer. Eu não vou agradecer à terra, nem ao big bang, nem à natureza, os imensos privilégios com que fomos distinguidos. Essa abundância de seres e de vida foi planejada pelo Pai Criador, que quis isso tudo, dizendo sua Palavra. “No princípio criou Deus o céu e a terra” (Gen 1,1). A esse Deus eu agradeço, extasiado por sua sabedoria e poder. (E por seu amor por nós).
Se a terra, olhando seu tamanho relativo, é quase insignificante, suas características, favoráveis à vida são estupendas e até únicas. Nosso planeta tem água líquida, base para toda a condução da atividade vital. Tem atmosfera, com gases suficientes para purificar os processos vitais. Tem camada de ozônio, para proteger contra as irradiações devastadoras vindas de outros astros. Possui rotação constante sobre um eixo, que facilita a exposição alternada ao sol, evitando o frio absoluto ou o calor excessivo. Tem uma distância ideal do sol para manter uma temperatura necessária para a vida. Paremos por aqui. Os outros planetas todos, ou são uma fornalha de calor, ou uma geladeira total. Não tem atmosfera, não tem defesa contra os raios perniciosos; são secos, sem água líquida; giram à deriva, ou nem giram nunca; a gravidade é exagerada, ou é tão fraca que tudo se perde pelo espaço... Não existe planeta gêmeo da terra. Então vamos cuidar melhor disso que recebemos como dádiva das mãos divinas. “Encham e submetam a terra” (Gen 1, 28). Isso de submeter a terra (e todo o universo) deve ser entendido no sentido de cuidar. Pode haver o uso de tudo, mas um uso sustentável, como em boa hora lembra a Campanha da Fraternidade deste ano de 2011.
Fonte: Dom Aloísio Roque Oppermann scj
Arcebispo de Uberaba - MG
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