Sábado, 15 de maio de 2010 - 13h28
Pelos resultados da última década, os clubes brasileiros deveriam fazer estágio na Argentina para aprenderem a decidir as copas sulamericanas. Sim, somente as finais, pois os clubes já aprenderam chegar até elas. Das últimas dez Libertadoras, os brasileiros disputaram oito e venceram apenas duas; somente aquelas disputadas entre clubes brasileiros.
Aqui no Brasil, a denominação de clubes grandes inclui quatro de São Paulo, Palmeiras, São Paulo, Santos e Corinthians; no Rio, Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense; Atlético e Cruzeiro, em Minas Gerais e Grêmio e Internacional, no Rio Grande do Sul. Eles passaram a ter essa consideração quando não tinham vencido nenhum campeonato nacional, muito menos Internacional. Talvez tenham recebido essa denominação em função das convocações para a Seleção Brasileira, sempre restrita aos jogadores desses clubes, mesmo jogando nada, dirigidas a diferenciá-los dos demais. De uns vinte anos para cá, todos os clubes passaram a ter a única função de formar jogadores que interessem a clubes estrangeiros, especialmente da Europa e Oriente Médio, de qualquer Divisão.
Afora essa denominação fictícia, a grandeza de um clube deveria ser definida tomando por base a quantidade de títulos, considerando sempre pelos mais importantes, sucessivamente. Assim, quem vencesse um Mundial e uma Libertadores da América deveria ser considerado acima do que vencesse duas Libertadores. Eis que o time do Flamengo é o maior em torcida e em interesse da imprensa nacional, mas o seu torcedor menor de idade, não conhece um título internacional do time de futebol.
O timão carioca segue à risca o modelo oba-oba fomentado pela imprensa local. É gigante apenas nos comentários dos cariocas, que agiganta o que é mediano, deixa na média o que é pequeno, desde que seja do Rio de Janeiro. Os resultados mostram resultados pífios. O Flamengo tem sido o retrato acabado entre a grandeza fictícia da mídia e a pequenez dos seus títulos. Em meio século e cinquenta Libertadores, o Flamengo só disputou e venceu uma, assim como um Mundial de Clubes. Mesma quantidade de título de Once Caldas, Racing Club e outros.
Nos últimos anos tem perdido para qualquer clube. Passou a ser uma verdadeira boate de boleiros famosos. Os Adrianos e Loves da vida vêm, não para jogar, mas para desfrutar da vida. Clubes brasileiros viraram colônia de férias de quem já ganhou dinheiro fora do país. E o resultado é que, a partir de 2007 perde para qualquer time no Maracanã. Naquele ano foi desclassificado pelo Defensor, do Uruguai; em 2008, após uma vitória por quatro a dois sobre o América, no México, conseguiu perdeu por três a zero no Maracanã, e agora vai voar diante da Universidade de Chile, já que clube brasileiro só vence em casa quando não precisa; e fora, é a coisa mais rara e nunca vence quando e por quanto precisa. Por enquanto, o Flamengo, como a maioria dos clubes brasileiros, só é grande na torcida, mas a imprensa não se dá conta disso.
Apenas a título de observação, o jogador brasileiro precisa avaliar um jogo com algo mais do que dizer que “não faltou garra, empenho e dedicação”, e após perder, ou ganhar o jogo, mas perdendo a classificação, ganhar aplausos da torcida, acostumada às derrotas, e dizer que o próximo jogo será o jogo da nossa vida. Promessa típica de derrotado.
Pedro Cardoso da Costa / Bel. Direito
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