Sexta-feira, 25 de setembro de 2009 - 11h46
Prof. Diogo Tobias Filho*
A entrevista do Governador Ivo Cassol concedida ao jornalista Léo Ladeia, julgando-se melhor do que o saudoso Teixeirão, beira as raias do absurdo. A priori, não se ousa comparar contextos históricos separados por mais de três décadas de uma gestão a outra, sobretudo porque, o antigo governador conseguia agradar gregos e troianos, quando Rondônia ainda estava se formando politicamente. O homem oriundo das estirpes militares era uma exceção a regra no regime que até então, penalizava a democracia no Brasil. CLIQUE E ASSISTA ENTREVISTA DE CASSOL NO OPINIÃOTV.
Mas, ele tinha uma empatia ímpar com o povo que o adotou como líder político. Era gente simples, migrantes das mais diversas partes do país em busca de desbravar terras ignotas, trabalhar por um pedacinho de chão, agregar à mesa seu justo pão de cada dia. Acabaram por dar continuidade a concretização da nação rondoniense, contribuindo com a miscigenação de raças, costumes e cultura, corolário de uma diversidade étnica singular na história do país.
Ninguém esquece Teixeirão. Ele é unanimidade. E não é pelo fato de conseguir dinheiro “a rodo” como afirmou Cassol, e sim porque, o Estado distribuía de forma mais equitativa seus recursos, reconhecia o esforço dos seus funcionários e colaboradores que o acolhiam andando à pé, sem caravanas de ostentação ou sucedâneos, dos cafundós de Costa Marques a Vilhena, de Porto Velho a qualquer lugar que se predispunha a visitar.
Ivo Cassol, por mais popularidade que tenha entre empresários, agricultores e ocupantes de cargos comissionados, cujo ofício também inclui o status de cabo eleitoral, não atinge a unanimidade no Estado. Governar não é só asfaltar estradas. Sua gestão na saúde não melhorou em nada o atendimento aos mais pobres, os índices de criminalidades não foram reduzidos, o funcionalismo público vive dias de amargura, salários aviltados, encarando continuamente a arrogância do entourage cassolista.
A educação tem resultados pífios com a docência funcionando na forma do improviso, via emergenciais de áreas completamente alheias às disciplinas, professores humilhados e obrigados a encarar jornadas de trabalhos estafantes em escolas completamente desestruturadas, sem recursos didáticos disponíveis para a prática do ensino mais qualificado. Isto sem falar nas camadas mais baixas do funcionalismo que vivem às turras com os baixos salários que recebem no fim do mês. Estão à beira da abissal necessidade, sem recursos para honrar compromissos essenciais à uma vida digna.
Portanto, mesmo que Cassol esteja convencido que é o bambambam da política estadual, distante está do Coronel Jorge Teixeira, a quem devia demonstrar reverência. Mas, uma parte da entrevista de Ivo Cassol eu concordo: quando ele se arrepende de ter entrado na política por causa da enxurrada de processos e se diz preparado para voltar à Rolim de Moura, caso seja esta a vontade popular. Se depender de nós, professores, agentes e auxiliares administrativos, pessoas dos escalões menos favorecidos da saúde e de outras esferas do funcionalismo público, o fim da sua carreira política estará garantido.
E não nos incomodaremos em acompanhar sua despedida, seja à pé ou pedalando nas nossas milhares de bicicletas, na frente das quais rugirão raivosamente centenas de luxuosas Hilux pilotadas pelos marajás da República cassolista.
*O autor é professor de filosofia em Ji-Paraná (E-mail: [email protected])
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