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OPINIÃO DO POVO: CABIXI, UM PARAÍSO EM RONDÔNIA QUE POUCOS CONHECEM


 

EMMANOEL GOMES
PROFESSOR E HISTORIADOR

Gostaria de apresentar algumas localidades do Estado de Rondônia que a maioria das pessoas, principalmente em Porto Velho, desconhecem. 

Através dos meus olhos e sentimentos gostaria de convidar a todos que amam Rondônia a conhecerem mais nossas riquezas culturais, turísticas, geográficas e, principalmente, as pessoas que habitam os municípios que serão comentados. 

Cabixi é um município pequeno, com menos de vinte mil habitantes, está localizado no cone sul do Estado, é vizinho de Pimenteiras, Colorado do Oeste, Cerejeiras, Mato Grosso e a República da Bolívia. 

Sua população é marcadamente sulista, o vanerão, churrasco, polenta, pão cuca e chimarrão, ditam a cultura e a culinária local. 

O município faz parte da microrregião VIII, composta por: Colorado do Oeste, Cabixi, Cerejeiras, Pimenteiras do Oeste e Corumbiara. 

Cheguei, menino, na região, em 1978, integrando o movimento migratório motivado pela Ditadura Militar 1964-1985. Tive a oportunidade de conhecê-lo em seu início quando suas florestas estavam completamente intactas, minha mãe, dona Terezinha, minha irmã, a Bethe da Auto Escola, e meu querido cunhado Cláudio, que é o Comandante local da PM, residem lá e me aguardam nos feriados prolongados promovendo recepções que me provocam uma saudade imensa. 

A emancipação de Cabixi ocorreu em 1988, antes, era distrito de Colorado. Sua história, começou a ser construída ainda no período colonial, quando os primeiros sertanistas, droguistas e bandeirantes se aventuraram pelos rios: Guaporé, Cabixi e Piolho. Este último abrigou um dos mais importantes quilombos brasileiros, o quilombo do Piolho que foi liderado pelo João Piolho e mais tarde, com a sua morte, por sua mulher, Tereza de Benguela, a Rainha negra do Vale do Guaporé. 

A localidade foi, também, uma importante produtora de Borracha. Um dos seus fundadores o Chico Soldado, junto a outras famílias tradicionais como a do Benedito, do Charles, entre outras, trabalhavam no fim da década de setenta nos seringais as margens dos rios. 

A economia está voltada para a pecuária, produção de soja e outros cereais. 

Muitos consideram a região como uma das mais promissoras na área do turismo. 

Quando visito o município, minha primeira parada é na linha oito, onde encosto o carro para contemplar a paisagem, a mais bela do Estado, a impressão que fica é de estarmos no topo do mundo. Um vento agradável se junta à bela vista alcançando uma infinita planície, somente rompida pela serra da Bolívia que é uma manifestação dos Andes, localizada na fronteira com o Brasil. 

O município é completamente plano, a exceção é o morro no qual a Companhia de Águas e Esgoto de Rondônia CAERD, construiu a caixa de abastecimento de água. Do alto podemos contemplar todo o município, uma vista onde a simpática cidade se apresenta de forma convidativa. 

As pessoas são muito atenciosas, o clima é agradável, o cheiro gostoso de cidade rural permite a construção de um sentimento mais amigável e fraterno. 

Nas proximidades, ficam alguns balneários encantadores, únicos no Estado, a Lagoa Azul, do amigo Boca, que com sua família promovem um atendimento acolhedor e fraterno, conta com três piscinas de água corrente mineral, um grande reservatório onde se localizam as nascentes e um rio com roda d’água, adiante, encontramos o balneário do amigo Paulinho Tomazele, simplesmente maravilhoso, um lago gigantesco onde a água é transparente, ótimo para praticas de jet-ski, mergulho, natação e outros esportes. Uma piscina, enorme, com água corrente que é um presente aos olhos, a tudo isso, some um ótimo atendimento e uma cozinha de excelente qualidade. 

O melhor de tudo ainda está por vir, quase ninguém conhece, a cachoeira da oito, são três grandes quedas d’águas que formam degraus, cada um com mais ou menos quatro metros de altura, águas claras de temperatura agradável, ótimo para piqueniques e acampamentos, uma pintura para os olhos. 

Por fim, o indescritível Vale do Guaporé, a fronteira azul, onde encontramos a vila da Neide, a pousada do Jori, o recanto da traíra e outras belas localidades. 

É difícil descrever o Vale do Guaporé, ele compõe uma das maiores bacias pesqueiras da Amazônia, possui uma infinidade de espécies nativas de peixes, ele é mágico e sedutor, berço maior de nossa história, cultura, lendas e mitos. 

Visite, conheça e viva esse Estado. Ele é de todos nós, é único e está ao nosso alcance, promovendo a Amazônia, nossa gente, nossa cultura e nossa rica história.
 

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