Terça-feira, 15 de novembro de 2011 - 05h29
Estudos demográficos da ONU, divulgados recentemente, mostram que a população mundial chegou a 7 bilhões de habitantes. O problema não está, propriamente, nesse elevado número alcançado pela população, está no seu perfil. Com efeito, “para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, “o dia que marca a existência de 7 bilhões de seres humanos não é motivo de alegria. Os recém-nascidos chegam a um mundo contraditório, com muita comida para uns e com a falta de alimentos para um bilhão de pessoas que vão dormir com fome todas as noites. Muitas pessoas gozam de luxuosos estilos de vida e muitos outros vivem na pobreza.(...) Serão sete bilhões de pessoas que vão precisar de alimentos em quantidade suficiente, assim como de energia, além de boas oportunidades na vida de emprego e educação; direitos e a própria liberdade de criar seus próprios filhos em paz e segurança.”
O olhar sobre o “mapa mundi” constata essa realidade, com muita facilidade, segundo as cores que identificam os continentes, como se aprende na educação escolar e na catequese missionária: cor vermelha –América, cor branca - Europa, cor verde - África, cor amarela - Ásia, cor azul- Oceania. As desigualdades sociais e desigualdades econômicas são interdependentes e são muito visíveis em determinados continentes, países e regiões. Por isso, a fome é crônica em países da África, América Latina e Ásia. Outra variável importante na identificação do perfil da população é a taxa de natalidade, mortalidade e crescimento ou diminuição, num “determinado país”. “A taxa de natalidade refere-se ao número de nascimentos a um dado período, usualmente um ano. Ele expressa o número de crianças nascidas para cada grupo de mil pessoas. Ao se dizer que a taxa de natalidade de um determinado país é de 19‰, significa que, para cada mil pessoas da população desse país, nasceram 19 crianças naquele ano. (...) A taxa de mortalidade corresponde ao número de mortes ocorridas em um ano em relação ao total da população. Assim como ocorre com as taxas de natalidade, a de mortalidade também é expressa em grupos de mil pessoas. Por exemplo, uma taxa de mortalidade de 12‰ indica que, para cada grupo de mil pessoas da população, morreram 12. (...) A taxa de crescimento ou de diminuição da população é obtida subtraindo-se a taxa de mortalidade da taxa de natalidade. Tomando-se os exemplos acima utilizados e desconsiderando-se as migrações, esse país apresentaria um crescimento de 7‰ (19‰ - 12‰ = 7‰).” Sem dúvida, chama atenção a recente estatística da população mundial. Muitos fazem, inclusive, uma leitura alarmista dessa estatística, especialmente em face de sua projeção: “Para 2050 a projeção é de uma população de 9,3 bilhões de pessoas, com mais de 10 bilhões em 2100. Mas a população mundial pode ser de 10,6 bilhões já em 2050 e de mais de 15 bilhões em 2100 caso não aconteça a redução prevista da taxa de natalidade nos países mais populosos.”
Os 7 bilhões de habitantes provocam leituras divergentes no cenário científico, político, demográfico, geográfico, social, econômico e eclesial, notadamente, diante de problemas cruciais que devem ser, devidamente, identificados e, adequadamente, solucionados, mediante políticas públicas e práticas sociais pertinentes. Entre essas, necessariamente, merecem atenções e cuidados especiais o respeito à natureza, a defesa do meio ambiente, a convivência pacífica entre os povos, a educação de qualidade, a geração de emprego, a garantia de água para consumo humano, animal e vegetal, a produção de alimentos, oriunda da “Agricultura integrada” que é “um sistema agrícola de produção de alimentos de alta qualidade que utiliza os recursos naturais e mecanismos de regulação natural em substituição de factores de produção prejudiciais ao ambiente e de modo a assegurar, a longo prazo, uma agricultura viável.”
Fonte: CNBB / Dom Genival Saraiva
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