Segunda-feira, 18 de julho de 2016 - 00h01
Gabriel Bocorny Guidotti
Jornalista e escritor
Porto Alegre – RS (Brasil)
O grande Olho paira sobre nós. Ele está ali, registrando a última gota do orvalho, o espirro molhado de um idoso, o sorriso enigmático de um hipócrita. Não se engane. Você também está sob a égide dele. Todos os movimentos meticulosamente registrados. Não há saída. A saída seria desligar a tomada e ver a bateria morrer. Energia natural não insufla matéria mecânica, apenas orgânica.
Sem o Olho, as pessoas encontrariam uma ponte pacífica à liberdade. Observariam o mundo para cima, não para baixo. Observariam sem medo de ser feliz. Quem se importa com uma ruga aqui e outra ali? Por que essa insistência em esconder a realidade? É tão difícil assim aceitar as coisas exatamente do jeito que elas são? Assim começa uma disputa acalorada entre espaço ideal e espaço real.
O Olho é uma afronta à comunicação oral e escrita. Sua veloz imersão é inversamente proporcional à qualidade de seu conteúdo. Ele esparge uma imagem produzida, retocada e mentirosa. Isso quando não atua reconditamente, longe do conhecimento alheio, buscando comprometer a dignidade de uma pessoa. Um flash aqui, outro ali... gatilhos imagéticos também ceifam vidas.
O advento tecnológico formou raiz de uma frondosa árvore de possibilidades para o Olho. Ele habita instrumentos diferentes, mídias diferentes. Está em todo parte. Bolsos, óculos, maquinários diversos. Sua visão, entretanto, não é holística. Assiste com meias-verdades, sem ingressar no epicentro da razão. Compra e vende o que quer, recebendo e influenciando o desígnio das pessoas.
O Olho não é Deus. É uma criação humana dotada de incomensurável poder. E sendo uma criação humana, deveria reproduzir o olho humano. Não. O olho humano é limitado pela realidade. O Olho se permite editar, reconstruir, reformular, refazer. Locupleta-se de idealidade. Idealidade esbaldada, exalando de todos os cantos do planeta. Planeta que trocou o piscar de olhos pelo clique de um aparelho inanimado.
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