Segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016 - 06h08
Gabriel Bocorny Guidotti
Jornalista e escritor
Porto Alegre – RS (Brasil)
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“Procura-se um cronista”, li em um jornal rasgado qualquer. O papel estava deteriorado, mas o título era legível. Como veio parar ali? Jamais saberei. O que sei é que nada sei, sem ser filosófico. Procuram um cronista. Procuram alguém para fazer Robin suplantar o Batman e que isso faça sentido. O que desejam é um torcedor do Brasil e da Argentina que ame as duas seleções incondicionalmente. Uma arte da conversação maluca e aberta a amizades, portanto.
O cronista nunca se prende apenas ao seu próprio estilo. Adere a outros. Suas opiniões são mascaradas e movem uma catarse para serem compreendidas. Convenhamos, em tempos de necessidade desumana pelo pragmatismo, uma quebra com o protocolo vem como um alento, fazendo as pessoas rir entre tragédias e gostar de coisas que jamais teriam imaginado. Quem escreve crônicas, escreve sonhos – delírios, às vezes.
Mesmo que não faça sentido em um primeiro momento, o texto prevalecerá como um mosquito insistente no escuro, com seus barulhinhos de asas aterrorizando nossos ouvidos. Essa é a função da palavra: indagar, criar a dúvida, amolar para desenvolver pensamentos. Se o cronista fornecesse uma ideia de cara, que graça haveria? Tudo que é dado não tem o valor daquilo que é conquistado.
O cronista deve desafiar a mente de seus leitores. Não é uma tarefa fácil e requer muita habilidade na produção dos sinais que serão enviados. Mas com muito trabalho e leitura fica fácil. Você consegue, quem sabe, escrever um grande texto – não um texto grande – em minutos. Os conceitos e as prosas vão saindo tão facilmente que você nota: nasceu para fazer aquilo. Ninguém pode lhe tirar isso. Nunca.
Portanto, procuram-se cronistas. O espaço para divagar entre humor e solilóquios de razão está cada vez menor para que loucos do amanhã escrevam balbúrdias do passado. Desperte o tino misterioso e divertido que há em você. Escreva sobre a morte falando da vida. Beba uma cerveja pesada afirmando que ela é fraca como água. Saia do marasmo, pois o mundo é colorido e cheio de oportunidades. Definitivamente, procuram-se cronistas.
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