Quinta-feira, 14 de dezembro de 2017 - 07h09
Professor Nazareno*
Não gosto de futebol. Porém uma vez ou outra admito que perco meu precioso tempo para ver alguns jogos na televisão. Praticamente de férias, tive tempo de observar a sensacional perda do título do Flamengo para o Independiente da Argentina pela Copa Sul-Americana. O empate em um gol em pleno Maracanã me fez vibrar muito com a desilusão e o choro dos arrogantes e tolos flamenguistas. Não me levem a mal nem acreditem que sou masoquista: é que não tenho um time de coração e sempre torço pelo bom futebol. E como os brasileiros há muito tempo não têm mostrado um futebol de primeira, torço sempre pela melhor equipe. O Flamengo é um time insosso, fraco, sem futebol empolgante e sem nenhum prestígio internacional. Representa hoje o decadente futebol do Brasil, que levou de 7 X 1 da Alemanha na última Copa do Mundo.
Torcer pelo Flamengo ou por qualquer outro time do Brasil na atualidade é torcer pelo péssimo futebol. E isso não é justo. Principalmente para com um time como o Independiente. A equipe do Rio de Janeiro foi um fracasso do começo ao fim dessa Copa Sul-Americana. Sempre jogou mal e geralmente só ganhava quando era vergonhosamente ajudado pela arbitragem. Pior: os seus torcedores fizeram um absurdo, mas que já se podia esperar dos brasileiros neste último jogo: vandalizaram os atletas e a delegação dos argentinos em pleno hotel. Pela covardia, o Flamengo merecia perder. Só empatou. Mas perdeu mesmo assim por causa do péssimo futebol apresentado nas duas partidas. Time covarde, medroso e sem iniciativa, foi dominado pelos argentinos e só não foi goleado dentro de sua própria casa por que os “hermanos” tiveram pena.
Além disso, algumas poucas vitórias do Flamengo este ano no campeonato brasileiro e também no carioca podem ter sido turbinadas pelas atuações do seu centroavante, o peruano Paolo Guerrero, suspenso por um ano pela FIFA depois de ser flagrado recentemente em exame antidoping. Guerrero seria usuário de cocaína. Não entendo como um time que causa tanta decepção tem um número tão grande de torcedores. Do seu ex-goleiro Muralha o chamado “mão de alface” até os reservas não há, por exemplo, um único jogador no elenco rubro-negro digno de participar de uma Copa do Mundo. A perda do título da Copa Sul-Americana pelo Flamengo pode ser um prenúncio do que poderá acontecer com o nosso decadente futebol: o Grêmio pode ser surrado pelo Real Madrid e o Brasil pode sofrer outro vexame na próxima Copa.
O atual futebol no Brasil perdeu o prestígio que antes tinha. O glamour dentro das quatro linhas hoje está na Europa e nos seus grandes times e ricos campeonatos. Não há como comparar equipes de ponta como Real Madrid, Barcelona, Bayern de Munique, Manchester City, Inter de Milão, Paris Saint-Germain com estas porcarias que jogam no Brasil. Perder títulos e ser goleado por outras seleções é só a terrível consequência da falta de organização e da roubalheira que tomou conta do “esporte das multidões” em nosso país. A alegria de ver o Flamengo perder um título dentro de casa só não é maior do que assistir no próximo ano à derrocada da seleção canarinho na Copa da Rússia. Em tudo o Brasil é decepção. A nossa política é um escândalo. O nosso governo, um caos. O Brasil é Flamengo não por que os brasileiros estavam torcendo por ele, mas por que o mesmo representa também o fracasso do país. Em todos os aspectos.
*É Professor em Porto Velho.
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