Sexta-feira, 6 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Léo Ladeia: O crime organizado está mudando para Porto Velho


 
A notícia do dia é a transferência para Porto Velho de algumas das cabeças da Hydra de Lerna, o monstro mitológico com o corpo de dragão e nove cabeças com hálito venenoso e o poder de auto-regeneração.

Sem Hércules para combatê-la, a Hydra brasileira – o crime organizado – enfrenta nosso frágil estado, contando com uma rede de parceiros infiltrados na sociedade formada por comparsas, maus advogados, policiais, agentes penitenciários, familiares, o cidadão comum morador do gueto onde as bocas de fumo e a estrutura paraestatal se instalam pela ausência do estado, por parcelas de organizações travestidas de defensoras de direitos humanos, pela legislação, – imperfeita, anacrônica, frouxa e permissiva – e o falido sistema prisional que trancafia o corpo do presidiário, mas lhe permite a influência sobre seu bando a partir da cadeia. (Clique AQUI e assista vídeo).

No último grande júri que assistimos em Porto Velho, advogados regiamente pagos por uma dessas facções criminosas, chegaram a Porto Velho para execução de um simulacro de defesa, no que foram bem sucedidos. A “arraia miúda” foi premiada pela fidelidade aos seus chefes e ganhou o direito de assumir a maior parte da culpa. E isso não é prêmio pequeno na loteria do crime.

Mais uma vez, receberemos o que de pior existe no mundo do crime do Rio de Janeiro. Única forma encontrada pelo estado para isolar a Hydra, o governo criou várias Argólidas que são os presídios federais para onde são levadas em regime de rodízio as cabeças da Hydra.

Que ninguém se engane. Junto com a escória virá também a estrutura que lhe dá sobrevida e, com ela já estamos convivendo há algum tempo. Isso nada tem a ver com a tragédia diária que é a segurança pública local, mas a ela se soma e se agrega, criando as condições ideais para o caldo de cultura maldito que corroeu e ainda corrói o tecido social das grandes metrópoles do país.

E não me venham apenas com os exemplos das UPPs do Rio de Janeiro como receita pronta e acabada, pois é de lá que o mal se alastra. Se for para utilizarmos exemplos de sucesso, prefiro que Rondônia siga o que foi feito no Ceará e em Pernambuco com sucesso, respeitando-se as nossas peculiaridades regionais.

Confio na capacidade e compromisso dos futuros governos – federal e estadual – que estarão dirigindo nossos destinos a partir de janeiro mas, não esposo a esperança de que as soluções apareçam como se fossem relatos mitológicos. Nada de mágico. O que precisa existir é um trabalho diário duro e organizado de repressão e inteligência levando o estado a ocupar o seu espaço na sociedade. É o que todos nós queremos, precisamos e merecemos de Dilma Roussef e Confúcio Moura.

Quando o estado se ausenta, o crime se apresenta.

Fonte: Léo Ladeia


 

Gente de OpiniãoSexta-feira, 6 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Caça aos marajás - esse filme eu já vi

Caça aos marajás - esse filme eu já vi

Nos próximos dias chegará as telas dos cinemas de todo o país a nova versão do filme “o caçador de marajás”, dirigido e protagonizado por Fernando H

Alfabetização: Como torná-la divertida?

Alfabetização: Como torná-la divertida?

A alfabetização é muito importante para o conhecimento e habilidade de ler e escrever. Pessoas que dominam a língua escrita têm mais chances de enco

O governo do presidente Lula

O governo do presidente Lula

Ex-metalúrgico, Luiz Inácio Lula da Silva caminha para fechar seu terceiro mandato como presidente do Brasil. É um político respeito nos fóruns inte

A concessão de abono natalino a servidores públicos

A concessão de abono natalino a servidores públicos

Pessoalmente, não vejo nenhum problema no pagamento de abono natalino a servidores públicos, desde que seja autorizado por uma lei, apesar de muita

Gente de Opinião Sexta-feira, 6 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)