Sexta-feira, 18 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

INEZITA BARROSO


 Por Humberto Pinho da Silva

 Acaba de falecer no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo - 8/03/2015 -  a genial Inezita Barroso, a maior intérprete da música popular brasileira.

A cantora, que tinha voz inconfundível, conheceu na juventude a genuína música caipira, que nasceu no Brasil rural, e foi, e ainda é, cantada pela gente simples do campo.

No video que gravou em 1991, a cantora, que pertencia a família de abastados cafeicultores, conta a infância feliz, que a seu parecer, foi linda:

“ Aliais a minha infância se prolonga até aos 16 anos. Naquele tempo brincava-se na rua aquelas cantigas de roda, jogos infantis. Brincava como moleque, porque meus amigos, na maioria eram meninos; já que tenho um único irmão. Então era bicicleta, era pião, futebol. Brinquei de tudo, até bem tarde. Meu pai era super alegre, muito culto e de família do litoral. Minha mãe pertencia a gente de fazenda, do interior de São Paulo.”

E mais adiante acrescenta: “Tenho várias lembranças, muito doces. Minha mãe levando-me para cantar com sete anos. Vestidinho cor-de-rosa, cabelinho com fita, que nunca parava.”

 Quando chegávamos ao lugar onde devia cantar, sentava-me no chão, porque era muito inquieta. E ela com carinho, arrumava a fita no cabelo. Dava-me, então, beliscões no rosto, para ficar corada; eu tinha ódio disso. Ainda não existia blush. Meu pai afinava-me o violão. Não tocava, mas afinava perfeitamente.”

“ A primeira vez que cantei com violão, foi ele que afinou. É uma doçura isso. Ele sempre se interessou por mim, e pela minha carreira, até ao dia que morreu.”

Inezita Barroso, cujo nome de baptismo é: Inez Magdalena Aranha de Lima, nasceu em São Paulo, a 4 de Março de 1925.

Muito cedo, quando ia de ferias para as fazendas da família, conviveu com os trabalhadores rurais, e coligia, cuidadosamente, todas as letras, que estes entoavam na roça e aos serões, após o dia de trabalho.

Foi com essa gente simples, na maioria analfabeta, que em menina, cantava as tradicionais coplas sertanejas, ao som da viola portuguesa, violão e sanfona.

Nessa recuada época, a maioria dos brasileiros viviam no campo e a má influência da música comercial ainda não se fazia sentir.

Hoje a música sertaneja sofre graves influências, que começam apartá-la das raízes, e se ainda há cantores que  conservam a tradição, deve-se muito ao aturado trabalho de Inezita Barroso.

O seu programa “Viola, Minha Viola”,que era gravado no Teatro Franco Zampar, todas as quartas-feiras, em São Paulo, foi o de maior audiência da TV Cultura. Além de interpretar belas canções do folclore brasileiro, Inezita apresentou o melhor que há de música caipira.

Inezita Barroso, era também notável atriz de teatro e cinema, foi condecorada, em 2003, com a Medalha Ipiranga, pelo governador de São Paulo, Ackmin, e deu o nome ao Hospital do Câncer de Bernabé.

A cantora é formada em Biblioteconomia na Universidade de São Paulo (USP), e doutorada Honoris Causa, em Folclore brasileiro pela Unicapital, e em Folclore e Arte digital, pela Universidade de Lisboa. Lecionou, até 2009, nas Faculdades Unifai e Unicapital.

Gente de OpiniãoSexta-feira, 18 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

A política do “é dando que se recebe”

A política do “é dando que se recebe”

Ouvi, atentamente, os áudios de uma reunião fechada que aconteceu na Câmara Municipal de Porto Velho entre vereadores e um representante do prefeito

Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço

Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço

O dito acima encaixa-se perfeitamente na moldura do atual governo brasileiro. Aonde quer que vá, onde quer que esteja, o presidente Lula não se cans

A Onda Guerreira Ameaça Dominar os Diferentes Sectores da Sociedade: Um Apelo à Consciência

A Onda Guerreira Ameaça Dominar os Diferentes Sectores da Sociedade: Um Apelo à Consciência

Kassel: do passado destruído ao presente Belicista Durante a Segunda Guerra Mundial, dois terços da cidade de Kassel, na Alemanha, foram reduzidos

Começou a “guerra dos ricos contra os pobres”

Começou a “guerra dos ricos contra os pobres”

Aproxima-se a eleição presidencial. Motivado pela derrota acachapante que o Congresso impôs ao seu governo durante a votação do IOF, o presidente Lu

Gente de Opinião Sexta-feira, 18 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)