Quarta-feira, 19 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Impeachment na pauta da oposição


Dilma Rousseff tem uma trajetória de vida marcante. E, ao afirmar isso, não faço juízo de valor a respeito de suas opções políticas. Analiso, sim, a mulher, não a presidente da República. No futuro, um bom livro vai ser escrito sobre as memórias da petista. Resta saber o desfecho da narrativa. Dois mandatos que, a despeito de momentos de instabilidade, revigoraram o país? Ou a tendência mais palpável dos últimos meses: a queda por impeachment?

 
A oposição ao PT, oficialmente liderada pelos correligionários do PSDB, é cautelosa sobre o tema. Semanas atrás, em palestra na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, o senador José Serra (PSDB-SP) afirmou que “impeachment não é programa de governo de ninguém”. O discurso do parlamentar, entretanto, atribuiu a responsabilidade pela crise à presidente. “Não dá para fazer de conta que o Brasil está sem problemas”, disse. Recentemente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso opinou de forma semelhante, declarando que ainda faltariam aspectos jurídicos para uma decisão de tal magnitude.
 
Destarte, o PSDB reelegeu seu presidente. Suponho que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) esteja em contagem regressiva para 2018. Na primeira entrevista após a reeleição, ele cometeu uma gafe: "fui reeleito presidente da República". O Planalto, portanto, aparenta ser uma obsessão, mas pelas vias naturais, isto é, eleitorais. O tucano evita falar do impeachment, embora admita que o agravamento da crise possa tornar insustentável a situação de Dilma.
 
A presidente, por sua vez, mostrou-se tranquila em entrevista ao jornal ‘Folha de S. Paulo’. Ela descartou a possibilidade de renunciar ao cargo e classificou a oposição que pede seu afastamento como "um tanto golpista". Tendo em vista o posicionamento cuidadoso do PSDB, resta saber que oposição ela critica. Na mesma entrevista, Dilma nega rivalidade com o PMDB, embora o Congresso, nas figuras de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL) escancare outra versão.
 
O jogo político brasileiro é curioso: parece que todos querem a queda de Dilma, mas ninguém se atreve a assumir a criança. A verdade é outra: pelas beiradas, há um conluio de partidos arquitetando o impeachment. A convicção é de que o PT chegou ao fundo do posso. Não apresenta unanimidade nem entre os seus. Desse modo, a situação do país não tende a melhorar. Com ou sem Dilma, que os próximos capítulos dessa história sejam benéficos ao povo, pois está difícil viver no Brasil.
 
Gabriel Bocorny Guidotti
Bacharel em Direito e estudante de Jornalismo.
Porto Alegre – RS
 
------------------------------------------------------------------
 

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 19 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Proposta polêmica

Proposta polêmica

Na semana passada, uma vereadora de Porto Velho foi alvo preferencial de críticas ácidas nas redes sociais. Ela teria proposto um projeto de lei res

Rondônia? Só com passaporte!

Rondônia? Só com passaporte!

O artigo 1° da Constituição Federal de 1988 diz que o Brasil é uma República Federativa formada pela união indissolúvel dos Estados, dos Municípios

Porto Velho: saneamento não é luxo, é começo de conversa

Porto Velho: saneamento não é luxo, é começo de conversa

Porto Velho não precisa de varinha mágica; precisa de encanamento. De ralo que funciona, de rua que não vira igarapé, de torneira que não falha. Ent

17 de novembro: 75 anos de brasilidade deste jurista, homenagens a Vasco Vasconcelos e Luiz Gama, ícones da luta contra a escravidão e maior respeito à dignidade humana

17 de novembro: 75 anos de brasilidade deste jurista, homenagens a Vasco Vasconcelos e Luiz Gama, ícones da luta contra a escravidão e maior respeito à dignidade humana

No dia 17 de novembro celebram-se 75 anos de brasilidade, deste jurista,  data que também convida à reflexão sobre a trajetória de grandes juristas ba

Gente de Opinião Quarta-feira, 19 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)