Sábado, 3 de junho de 2017 - 11h22
O Brasil e consequentemente o Estado de Rondônia vivem na área da política e da economia um cenário de terra arrasada. Para ver o fundo do poço, brasileiros e rondonienses há muito tempo têm que olhar para cima. Políticos ladrões, corrupção e roubos antes nunca vistos na história, prisões de autoridades, grampos telefônicos, Operação Lava Jato, delações premiadas, afastamento de parlamentares, impeachment de presidente, vice-prefeito enrolado, ex-governadores presos, cassação de mandatos, propinas, prisão domiciliar, malas cheias de dinheiro, ministros de Estado correndo atrás de foro privilegiado, PT na berlinda, PSDB enrolado, partidos políticos acusados de desvio de verbas. É este infelizmente o cenário que se tem observado em nosso país nos últimos três ou quatro anos. O suplício parece que não tem mais fim. É só vergonha.
Diante deste cenário apocalíptico, eis que surge a tão famosa luz no fim do túnel. E a “tocha mágica” vem de onde menos se esperava: Rondônia. Sim, deste Estado mesmo, onde o povo é tão acomodado, despolitizado e passivo quanto o brasileiro comum. E veio da área da educação. A SEDUC, Secretaria de Estado de Educação do Estado de Rondônia junto com a CRE, Coordenadoria Regional de Ensino de Porto Velho, em parceria com a FARO, a Faculdade de Rondônia, promoveram o primeiro aulão SEDUC/FARO para o ENEM. O maior teatro de Rondônia, o Palácio das Artes, finalmente serviu para alguma coisa. O dia dois de junho de 2017 entrará para a história da educação de Rondônia e talvez até do Brasil. Mais de 1200 alunos das escolas públicas de Porto Velho se acomodaram para assistir aulas de Linguagens e Humanas.
Os professores da Escola João Bento da Costa foram os protagonistas do show educacional que foi transmitido pela internet para todo o Estado. Todos os 52 municípios rondonienses assistiram ao “mega-aulão”. E os números são realmente assustadores, surreais: a transmissão ao vivo teve só nas primeiras horas mais de 130 mil acessos, quase dois mil comentários e pelo menos 1500 compartilhamentos. O professor Thales Gomes, um dos criadores da ideia, estava eufórico: “plantamos a semente. Outros aulões virão. A educação de Rondônia pode virar exemplo para o Brasil”. E ele não estava delirando. Ações deste porte, capitaneadas pela SEDUC, CRE e FARO só se veem em países de ponta como a Coreia do Sul ou mesmo a Finlândia. São os gestores da educação, SEDUC e CRE, se aproximando da ponta final, o aluno.
Estudantes eufóricos, alegres e atentos, professores motivados, diretores de escolas colaborando, autoridades presentes, Estado inteiro participando. De Extrema a Cabixi. De Costa Marques a Calama. Há cenário melhor do que este para enfrentar e vencer qualquer crise social e até política? A educação é a peça-chave para libertar a sociedade de seus vícios. É assim no mundo inteiro. Com estas ações, Rondônia mostra como usar a educação para traçar novos e melhores rumos para todos. O ENEM não espera por ninguém. Todos têm que se preparar com antecedência. Na escola Professor João Bento da Costa, por exemplo, o trabalho de preparação dos alunos não para, nunca parou. O JBC é destaque há vários anos na aprovação de alunos para vários cursos de universidades espalhadas pelo Brasil afora. O pior é que muitos não veem nem reconhecem isso. Preferem viver as suas vidinhas bem longe do que liberta: a educação.
*É Professor em Porto Velho.
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