Sexta-feira, 29 de maio de 2015 - 05h03
EDITORIAL
A hora do Estado se voltar para a Madeira-Mamoré
Em 2004, entrevistado por jornalistas de Porto Velho em sua residência em Brasília o ex-governador (1975/1979) Humberto Guedes fez uma espécie de “mea-culpa”, ao recordar que, devido à “invasão” que acontecia então no eixo centro-sul de Rondônia, ele deixou de lado o eixo da Madeira-Mamoré, no que foi seguido pelos governadores que o sucederam, e o resultado disso vem sendo danoso.
Anteontem, numa referência clara ao Marechal Rondon, mesmo sem citação nominal, o governador Confúcio Moura disse ao abrir a Rondônia Rural Show: “Há décadas passou por aqui um brasileiro que já pensava em integrar o Brasil. Ele e os que andaram no lombo de burros nos ensinam que não temos direito algum de colocar obstáculos em nada”.
O governador tem razão: ao colcoar obstáculo em tudo você causa mais barreiras para a sua caminhada. Sem dúvida a citação sobre a Missão Rondon é uma forma de elogiar os que deixaram seus quase nada no centro-sul do país entre as décadas de 1970 e 1990 e se aventuraram, muitos numa viagem sem volta, para contribuir de forma decisiva para a construção do Estado.
Mas o senhor Confúcio Moura não pode deixar de lado que, antes de Rondon, brasileiros, especialmente nordestinos, já haviam penetrado a floresta e gerado meios para fortalecer a economia do país trabalhando em condições sub-humanas, e se agruparam no eixo da EFMM, sem qualquer apoio de órgãos oficiais – os que vieram a partir de 1970 tinham apoio do Incra, do BEC e do Governo do Território.
No entanto, entra governo e sai governo e poucas ações reais são contabilizadas a favor daqueles pioneiros que, sabe Deus como, se entregaram à dura tarefa de cumprir aquela parcela do discurso do general Rodrigo Otávio: “Árdua é a missão de defender e desenvolver a Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados em conquistá-la e mantê-la.”
Na obtusa política adotada pelo Governo Brasileiro, mais de 80% das áreas dos municípios do eixo da EFMM se encontram como reservas, mas ao mesmo tempo não há ações compensatórias que permitam gerar emprego e renda de forma real naquelas comunidades, e até uma estrada federal, a BR-421, não pode ter continuidade porque supostamente uma pequena parcela do traçado entra em área indígena.
Governador, o povo do Guaporé, o povo do Mamoré, o povo do Abunã, não precisa de migalhas. Provar que são fortes – e teimosos - já o fazem há mais de 100 anos. Seu governo ainda tem tempo para mudar esse roteiro que já dura 40 anos e cujos prejuízos a Rondônia são visíveis. O senhor não pode fazer como os outros, nem continuar fazendo como até agora, deixando de lado a contribuição histórica daquela gente que não quer muito, apenas ser tratada como iguais e não mais como cidadãos de segunda categoria num Estado que, aqui parodiando a frase do ex-governador Paulo Leal, precisa se voltar para “O outro lado da cruz”.
Considere-se dito!
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